REVIVER A INFÂNCIA

Quero reviver minha infância

Lembrar da boneca de pano

Que eu vestia com elegância

Com vestidos feitos todo ano

 

Pela avozinha tão saudosa.

Eu quero reviver as folias,

O cravo brigou com a rosa

E todas as infantis cantorias.

 

Saudade do grande terreiro

Da corrida dentro do saco

E quem chegasse primeiro

Recebia de prêmio um naco

 

Do enorme bolo de chocolate

Ou um belo Diamante Negro

Cujo sabor se media em quilate.

Saudade do grande amigo Pedro

 

E de quando ele forte gritava:

Sai de baixo que lá vai chumbo

Mirando a porta do gol alertava:

Bola na rede e batam o bumbo

 

Pois chutador melhor que eu não há.

Ríamos, corríamos e chorávamos

A doce infância jamais passará

Era assim que nós pensávamos.

 

Hoje, debruçada na janela dos anos,

Vêm-me aos olhos o mágico cenário

Dessa infância tão boa sem danos,

Como um presente extraordinário.

 

12/11/22

(Maria Hilda de J. Alão)