Estava chegando o dia do aniversário da Sardinha. No fundo do mar os peixes, pequenos e grandes, estavam preocupados com a festa que pretendiam dar para a amiga querida.

O Robalo consultou o mestre Peixe-Espada que, por sua vez, consultou a Corvina e finalmente chegaram a um consenso. A festa aconteceria na casa da Dona Baleia porque havia um enorme salão de águas claras.

E começou a correria para preparar os comes e bebes, escolher vestimentas de lustrosas escamas, maquilagem marinha e tudo mais que uma festa requer.

Na hora estipulada, foram chegando os convidados. A aniversariante, feliz, sorria para todos e agradecia os presentes que recebia. A festa transcorria na maior harmonia, até que, de repente, chegou o Tubarão que não fora convidado para a festa.

Os peixes ficaram em polvorosa. Foi um corre daqui, esconde ali, e o Tubarão sem entender nada.

Neste momento a Sardinha, cheia de coragem, aproximou-se do Tubarão e disse:

- Senhor Tubarão, sabe que não foi convidado para esta festa por causa da sua fama de mau. Sei que veio aqui para comer muito, porque os peixes indefesos estão todos juntos.

Antes que faça isso, gostaria de convidá-lo a cantar “Parabéns para Sardinha” com sua bela voz de barítono, e dançar comigo a primeira valsa. Aceita?

Antes que o Tubarão respondesse, a orquestra de camarões começou a afinar os instrumentos.

- Aceita? – perguntou novamente a Sardinha.

Diante da simpatia e sinceridade da aniversariante, o Tubarão, vermelho de vergonha, exclamou:

- Aceito, dona Sardinha!

A essa altura os peixes estavam voltando para a festa, desconfiados, claro. Mas quando viram o Tubarão cantando com seu vozeirão “Parabéns pra Sardinha...”, fizeram um coral cujas vozes chegaram à tona da água despertando a curiosidade dos pássaros marinhos que perguntavam uns aos outros:

- Será que tem festa no fundo do mar?

 

MORAL: Uma boa conversa e um bom entendimento evitam uma boa briga.

 

(histórias que contava para o meu neto)

(Maria Hilda de J. Alão)