BRANCA E O LAGARTO

 

Lá onde mora Branquinha,
chove muito, há vinte dias.
Ela é Fox Paulistinha
e ao contrário de outras crias,
que saíram bem malhadas,
só a cara dela é preta.
Isso provoca risadas,
até que alguém se intrometa

e vá Branquinha salvar.
No seu corpo, todo branco,
é bem fácil de notar,
não há como não ser franco,
que algo ali deu errado.
Com toda aquela brancura,
parece um pico nevado,
mas não lhe falta bravura.

Hoje a terra está molhada;
é vermelha e pegajosa.
A Branquinha foi chamada
e apareceu toda airosa,
fomos andar lá na horta.
Pois lá dentro ela encontrou,
num tronco de árvore morta,
um lagarto. Foi um show!

Branquinha foi atrás dele,
mas o lagarto escapou
rapidamente naquele
espaço ele se enfiou.
A Branquinha foi tentando
entrar atrás do lagarto,
pela terra ia cavando,
onde o barro era bem farto;

depois entrou pelo tronco.
Quando saiu do outro lado,
olhou pro ar, deu um ronco;
o bicho havia escapado.
Mas aquilo que se via,
pau podre, Branquinha ou barro,
o que era ninguém sabia:
era um quadro bem bizarro.

Lá foi pro tanque, a Branquinha:
deu trabalho pra limpar
a sujeira, coitadinha.
Porém, para se aceitar
em casa a sua presença,
só com banho bem tomado...
Ainda um pouquinho tensa,
ela voltou pro meu lado.

 

 

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