BETINHO ( amigos pra vida inteira)

Durante as minhas caminhadas pelos parques do castelo

Vi um príncipe roqueiro de cabelo amarelo

Reparei no seu gingado, que era algo indescritível

e que, por vezes, ele tocava uma guitarra invisível

Sei que o moleque era transado e o seu estilo era maneiro

Logo de cara, percebi que ele seria meu parceiro

Fui saber qual o seu nome lendo a capa do caderno

que, em caixa alta, tinha escrito: Adalberto Andrade de Melo

Se eu bem me recordo e se não me falha a lembrança

Esse moço, vida mansa, ia à aula de chinelo

E quando dava o intervalo batucava a refeição

enquanto dividia o lanche: bom de pança e bom de coração

E assim nasceu a nossa aliança

Derrotamos vilões intransponíveis

Vencemos os tons desafinados

As línguas-de-sogra são terríveis

Foram tantos dias incríveis como uma infância deve ser

E ainda virão outras histórias que contarão sobre você

Mas mais pra frente a gente escreve outro poema com carinho

sobre o que futuro nos reserva, meu querido amigo Betinho