O GATO GRANDE

Era uma vez um homem que vivia em um país distante. Um dia ele capturou um grande urso para dá-lo de presente de natal ao rei. Foi para casa levando o urso e o instalou na sala em frente da lareira, pois fazia muito frio. Como de costume os gnomos daquele lugar escolhiam uma casa para fazer a festa de natal. Os donos da casa tinham que sair, mas deveriam deixar tudo arrumado, a ceia pronta, as camas arrumadas e bem quentinhas para que eles, gnomos, pudessem dormir muito bem. Só depois de dois dias é que os proprietários podiam voltar aos seus lares.

Pedro, era esse o nome do homem, teve sua casa escolhida. Ele não podia fazer nada. Tinha que se submeter aos caprichos dos gnomos. Quase à noitinha Pedro escutou a voz do gnomo chefe que vinha lá da floresta:

- Pedro, a casa está pronta?

- Sim. - respondeu Pedro tremendo de medo.

- Vai ficar alguém na casa?

- Não. Só o gato que dorme na sala em frente da lareira.

Os gnomos chegaram e se instalaram na casa. Tudo estava pronto como eles queriam. Comeram, beberam muito e lá pelas tantas o gnomo chefe, embriagado e com uma salsicha na mão, foi até a sala onde dormia o urso.

- Olá gatinho! Aceita uma salsicha? - e começou a passar na frente do nariz do urso a cheirosa salsicha. O urso acordou e ficou em pé. O gnomo ao ver a altura do urso e ouvir o berro, saiu em desabalada carreira levando seus companheiros junto com ele. Dois dias depois Pedro e a família voltaram para casa. O urso tinha desaparecido. Uma semana depois, quando capinava a horta, Pedro ouviu a voz do gnomo chefe:

- Pedro como estava sua casa?

- Tudo bem. Não se incomode.

- E o gato? Ele está aí?

- Está sim, com mais oito gatinhos.

- Nunca mais nós voltaremos a sua casa.

Era isso mesmo que Pedro queria, pois estava cansado de todo natal sustentar aquele bando de gnomos malfeitores.

23/03/18