Tule ou lamê?
A absoluta inocência do petiz Zeluiz não foi suficiente para livrá-lo do eczema que o pegou antes de completar o seu primeiro aninho. E foi o rostinho, todinho, o lugar mais afetado. Mesmo com a aparência daquele satélite que não sei se de Júpiter ou de Saturno, todo vulcanizado, feito uma bola de fogo, o pirralho manteve aquela sua expressão serena, como se o padecimento já fosse uma passagem antecipada para o Paraíso.
Se foi tule ou lamê o único tecido que lhe garantiu alguma maciez eu não tenho como esclarecer agora, sei só que era branquinho o pano que o envolvia. A carinha empalamada de alguma pomada não parecia demonstrar a eficácia esperada. Cada dia, cada hora, cada minuto era de crescente aflição, compartilhada, por papai, mamãe e o resto do pelotão, que com o Zé, preenchia já toda u´a mão.
De latente, o desespero ia tomando conta da gente, até que papai, tendo procurado na cidade o douto Waldemar, dele ouviu uma nova promissora:
- É um tubinho do tamanho de um dedinho, Luiz, mas a melhor solução para curar o mal pela raiz. Só que custa uma fortuna, uma chance nem sempre ao alcance.
Segurando as lágrimas, o velho falou:
- Custe o que custar, até mesmo minha casa, mas atrás dela vou, voando até sem asa.
E o tubinho livrou o menininho que só não ficou de rosto limpinho porque o eczema já havia cavado fundo. E até o fim de sua quadra juvenil, manteve o apelido de Mapa do Brasil, até que com tempo, e nisso bote tempo, tudo tudo se re-uniu.