O pecado é o lugar privilegiado de encontro com Cristo, diz Papa.

“Tornem-se loucos para serem sábios [diante de Deus], pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus.” 1 Coríntios 3,19

A conversão ou metanoia se concretiza no coração humano quando nos reconhecemos pecadores à luz da Cruz de Jesus Cristo. Sem levar ao Senhor da Vida e da Graça os nossos corações e nossos pecados, não se dá aquela verdade de que a Bíblia e os Evangelhos propõem a purificação da alma e a alegria do pecador que se converse. Isso é tão forte que até Jesus teve a ousadia de se comparar ao Pastor das ovelhas perdidas. Ele deixa no redil seguro de seu coração as ovelhas fieis e seguras para arriscar-se entre descaminhos do mal e do pecado à busca de sua ovelha perdida, desiludida, vaidosa, orgulhosa, soberba, pretensiosa... Essa ovelha sou eu: é cada um de nós, que o Senhor busca corajosamente. Ele tem a autoridade e a ousadia de se interpor entre o pecado, o mal, todo pecado, e nós. Ele já venceu na Cruz o mal. Veja que o suplício da Cruz, entre ladrões e salteadores, criminosos, bandidos, o Senhor Jesus se fez Senhor dos convertidos: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Diante da fala contrita, humilhada, arrependida, aberta do bom ladrão ou do Ladrão que fora antes mal e do mal. Houve uma chamada urgente, o ladrão se arrependeu. Jesus até ainda se havia comparado ao “ladrão que assalta uma casa, sem antes avisar”, é claro. Mas, Jesus não é ladrão de ovelhas e almas, nem ladrão de nada e de ninguém. Ele não se deixa corromper e nem corrompe. Ele é todo bom e justa, vem ao nosso encontro. Porque é bom Pastor, é humilde e manso de coração. NEle e por Ele, nosso perdão é salvífico, salutar, saudável. Ele é o Bom pastor: o sagrado coração de Jesus, em que se pode sempre confiar, inclusive na hora derradeira e final de nossas existências. Porque não é como os salteadores, ladrões, ameaçadores... Ele não coloca nossa vida em riste, nem em risco. Ele vem salvar e guiar. Ele se alegra e no céu, os anjos com Ele se alegram pela alma arrependida, pela conversão de um só pecador e uma só pecadora... Não importa onde e quando... Ele é o como ou o meio, o porto seguro, o bom Pastor das ovelhas. Ele vai à frente a nos chamar, a nos chamar pelo nome. Ele não desiste de nós. Ele sabe nos abordar na hora e do melhor modo. Ele sabe encontrar a ovelha perdida pela misericórdia do Pai e pelos santos efeitos de sua santa paixão na Cruz e pela graça da ressurreição gloriosa, pela unção do Espírito Santo... Pela intersecção de Maria e dos amigos santos, santas, anjos de Deus... Pelo seu bondoso pai terreno e nutrício São José, santo e justo esposo de Maria, Mãe de Jesus. A Cruz que fora instrumento profano de condenação romana, lei máxima de pena de morte. Ele a transformou em instrumento sagrado de redenção, portal da graça, remédio perpétuo de nossa salvação eterna maravilhosamente lavada em seu puro sangue redentor. Sim, essas palavras em língua portuguesa nos permitem esse recurso de enaltecimento da Cruz de Jesus, o bom Pastor, o Pastor do ladrão arrependido. Ele mereceu o Paraíso no Sangue de Jesus pela coragem de ser lá no calvário o advogado que Jesus não tivera até então. Os discípulos se dispersaram. E Jesus humanamente sentiu o abandono silencioso e prudente, santo e puro do Pai. A ira divina foi finalmente aplacada depois da recusa e o pecado das origens, de Adão e Eva. O inimigo e ladrão temível e terrível foi silenciado para sempre. Cabe ao Espírito Santo preparar a alma e os corações para a vinda do mestre Pastor supremo das almas no dia da morte, o juízo particular, e a Parusia, a vinda final de Jesus nos fins dos tempos. O arrependimento e a conversão é obra do paráclito, o mestre interior que Jesus deixou para guiar a Igreja e os fieis no mundo, para sermos fieis a Jesus, convertermo-nos do pecado e sermos fieis “até que o Senhor venha”. Sim, se Jesus transformou a cruz, o suplício da morte e da condenação ao criminoso no Império Romano, em um bem maior: o sinal de nossa salvação pelo seu sangue e águas derramados no madeiro da Cruz, Jesus mesmo, conhecedor da alma humana, m ais que qualquer outro pastor e psicólogo, há de transformar as injúrias do pecado em fonte de graça. Os espinhos em pétalas; o deserto em lago e mar; a aridez em terra fértil, os cumes em planícies; os outeiros e vales em estradas de sua pegada de amor... Não há cruz, sem Jesus, “não há Cristianismo sem Cruz”, como dizia meu amigo Padre José Teixeira (in memoriam). Assim, o kerigma (núcleo evangélico do bom anúncio da paixão e da Ressurreição de Jesus até no fim dos tempos) se torna realidade escatológica e messianicamente redentora. O amor está no ar: Jesus com sua Cruz vê m nos salvar. Tenhamos amor a Cruz de Jesus; façamos o sinal da cruz, o persignar com fé, tenhamos a cruz em casa, nas portas das casas. Nossa glória está na luz da Cruz. O Senhor nos salvou: aleluia. Arrependemos de nossos pecados e nos entreguemos ou nos deixemos encontrar com o Bom Pastor das ovelhas perdidas. Gritemos e ouçamos o nome de Jesus: sua hora é oportuna e salvadora agora.

REFLEXÃO:

O pecado é o lugar privilegiado de encontro com Cristo, diz Papa. “Paulo nos diz que a força da Palavra de Deus, aquela que transforma o coração e muda o mundo, que nos dá esperança e nos dá a vida, não está na sabedoria humana; não está em belas palavras ou na inteligência do homem, não! Isto é loucura, diz ele. A força da Palavra de Deus provém de outro lugar; passa pelo coração do pregador. É por isso que Paulo diz aos pregadores: ‘Tornem-se loucos’, ou seja, não coloquem sua segurança em sua sabedoria”. Na Missa do dia 04/09/14, desta manhã, o Santo Padre afirmou que a força da vida cristã está no encontro de nossos pecados com Cristo que nos salva!

FONTE: https://www.rs21.com.br/?p=117858

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Na Missa desta manhã, o Santo Padre afirmou que a força da vida cristã está no encontro de nossos pecados com Cristo que nos salva

Atualizado em 04/09/2014 às 09h09

Foto: Rádio Vaticano

“A força da vida cristã está no encontro de nossos pecados com Cristo que nos salva. Quando não há este encontro, as Igrejas são decadentes e os cristãos ‘mornos’”: Estas foram as palavras do Papa na manhã desta quinta-feira, 04, na missa presidida na Casa Santa Marta. Francisco baseou sua homilia na passagem de Lucas que narra a vocação dos discípulos e a pesca milagrosa de Pedro, e na 1ª Carta de São Paulo:

“Pedro e Paulo nos fazem entender que os cristãos podem se envaidecer por duas coisas: seus pecados e Cristo crucificado”. A respeito da força transformadora da Palavra de Deus, o Pontífice lembrou que Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, convida aqueles que se julgam sábios a “tornarem-se loucos para serem sábios, pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus”:

“Paulo nos diz que a força da Palavra de Deus, aquela que transforma o coração e muda o mundo, que nos dá esperança e nos dá a vida, não está na sabedoria humana; não está em belas palavras ou na inteligência do homem, não! Isto é loucura, diz ele. A força da Palavra de Deus provém de outro lugar; passa pelo coração do pregador. É por isso que Paulo diz aos pregadores: ‘Tornem-se loucos’, ou seja, não coloquem sua segurança em sua sabedoria”.

O apóstolo Paulo não se enaltecia por seus estudos. Ele havia estudado com os professores mais importantes de sua época, mas se vangloriava de apenas duas coisas:

“’Vanglorio-me de meus pecados’. Isto escandaliza. E depois, diz ‘Vanglorio-me em Cristo crucificado’”. “A força da Palavra de Deus está naquele encontro entre os pecados e o sangue de Cristo, que salva. E quando não se realiza este encontro, não existe força no coração. Quando esquecemos este encontro, nos tornamos mundanos, começamos a falar das coisas de Deus com uma linguagem humana, e isto não é útil, não dá vida”.

Pedro – no Evangelho da pesca milagrosa – faz a experiência de encontrar Cristo olhando ao próprio pecado: vê a força de Jesus e vê a si mesmo. Atira-se aos seus pés e diz: “Senhor, afasta-te de mim porque sou um pecador”. Neste encontro entre Cristo e os pecados está a salvação:

“O lugar privilegiado para o encontro com Jesus Cristo são os nossos pecados. Quando o cristão não é capaz de se sentir um pecador, salvo pelo sangue de Cristo, Crucificado, ele se torna um ‘meio-cristão’, um ‘cristão morno’. E quando encontramos Igrejas decadentes, paróquias decadentes, instituições decadentes, quer dizer que certamente os cristãos que estão ali nunca encontraram Jesus Cristo ou se esqueceram de seu encontro com Ele. A força da Palavra de Deus e da vida cristã reside naquele preciso momento, em que eu, pecador, encontro Jesus Cristo, e aquele encontro transforma a minha a vida e dá a força de anunciar aos outros a salvação”.

Terminando, o Papa convidou os fiéis a questionarem-se: “Somos capazes de dizer ao Senhor: ‘sou pecador?’ e confessar concretamente o pecado? Somos capazes de crer que Ele, com o Seu Sangue, me salvou do pecado e me deu uma vida nova? Tenho confiança em Cristo?”.

Fonte: Rádio Vaticano

J B Pereira e https://www.rs21.com.br/?p=117858
Enviado por J B Pereira em 12/09/2014
Reeditado em 12/09/2014
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