RÉU CONFESSO
RÉU CONFESSO
Sou o causador
Do meu próprio dissabor
Desse meu mal desamor
Dessa minha opressão
Da depressão
E da deseducação
Ao jogar lixo no chão
Como se fosse normal e certo
Sou tão deserto
Antes ainda lembro que um lindo rio passava por aqui
E hoje o seu curso perdeu o rumo
Como eu também perdi
Perdi muitos amigos e parentes que eu amava
E demorei tanto tempo para descobrir
E quando vejo a chuva a desabar
As mãos levanto ao Deus dará
Ele há de entender e perdoar
Pois sou um réu a confessar
A minha culpa
Diante de tudo que eu mesmo ajudei a destruir
E quando vejo aquela cena de cinema
Eu fico apavorado em dilema
O mesmo filme já passou e eu já vi
Mas parece que a lição eu não aprendi
São casas, camas, barcos e antenas
Pijamas, carros, geladeiras, gente e tevês
Bailando ao vai e vem das águas turvas
E eu clamo que o sol nos ilumine
Nos traga luz
Nos eduque outra vez
Poesia feita em 4 de janeiro de 2013, após ver a cara de espanto do cantor e compositor Zeca pagodinho diante das cenas de destruição que a chuva causou em caxias, xerem e angra dos reis.