POR QUE OS PEIXES TÊM ESPINHOS?

DOMINGO DE PÁSCOA. Por que não ler esta lenda e não compartilhá-la a outras crianças? Esta história ou lenda foi inventada por mim para explicar de forma lúdica à minha filha caçula, Isabella, “Por que os peixes têm espinhos”. Esta lenda dá uma margem folclórica sob o perfil da religiosidade. Maria de Nazaré é a personagem principal desta linda história inventada com amor de dedicação.

POR QUE OS PEIXES TÊM ESPINHOS?

Após uma refeição em que o prato principal foi um peixe assado, qual haveria de se cuidar com as suas finas espinhas, a minha filha caçula, Isabella, perguntou para mim “Por que os peixes têm espinhos”. Eu, todavia, após a refeição, convidei-a para sentar-se ao meu lado e inventei esta história, qual, folcloricamente, serveria para um perfil de uma lenda religiosa. A história que eu contei foi esta:

Dizem que antigamente, antes de Jesus Cristo nascer, os peixes dos mares, dos rios e dos lagos não tinham espinhas afiadas parecidas aos espinhos. Uns tinham espinhas formadas por ossos finos e outros por ossos grossos, capazes de não agredir ninguém durante uma refeição. Tudo aconteceu certo dia em que estando Maria grávida de Jesus, ela começou a preparar-lhe o enxoval, juntamente com a sua mãe Ana e outras amigas. Aconteceu que numa tarde de muito calor, estando Maria à beira da janela de sua casa, acompanhada pelas amigas Marta, Débora e Sara, quais ajudavam-na a coser algumas roupinhas para o menino Jesus, ela avistou o mar de Nazaré em todo o seu esplendor e desejou refrescar o calor em sua orla. Ela, portanto, juntamente com as suas amigas Marta, Débora e Sara, pegaram os seus tamboretes e foram para a orla marítima se refrescarem. Lá, à beira do mar de Nazaré, Maria e suas amigas conversavam alegremente enquanto cosiam uma peça e outra à criança divina que ainda demoraria a nascer a alguns meses. E nos entrementes de uma conversa e outra, com os olhos de vez em quando atentos às agulhas e às fazendas, unindo-se uma peça à outra para darem o formato das roupinhas de Jesus, Maria e as amigas foram surpeendidas por uma onda gigante que invadiu toda a orla marítima. Elas correram para não serem atingidas pela enorme onda e, Maria, ao chegar em casa, molhada pela água salgada do mar de Nazaré, ela percebeu que havia perdido a sua agulha. Pensou “E agora, como vou conseguir outra agulha para terminar o enxoval do meu filho que irá nascer?” Dizem que mais tarde, quase às seis horas, Maria voltou sozinha até a orla marítima e ficou inultilmente procurando pela agulha. Foi aí que, um peixinho dourado-do-mar aproximou-se dela misteriosamente e a perguntou o que ela procurava nas areias da orla. Maria contou-lhe que procurava uma agulha que havia perdida devido a uma maré alta. O peixinho dourado-do-mar querendo ajudá-la, pediu-a que esperasse ali, porque ele haveria de procurar a agulha nem que fosse às profundezas do mar. Maria aceitou a ajuda e o peixinho dourado mergulhou para o fundo do mar para procurar a bendita e sagrada agulha, com a qual Maria haveria de continuar a coser as roupinhas e o manto do divino bebê, filho de Deus.

Dizem que o peixinho dourado-do-mar juntou-se a outros peixes pequenos e grandes e pediu a todos para ajudá-los. Todos foram solidários e, num instante, todos os peixes de todas as espécies pequenos e grandes dos mares, dos rios e dos lagos foram avisados sobre a agulha perdida e todos dispusseram-se à busca. Aconteceu que um peixe havia encontrado a agulha e indo devolvê-la à Maria, recebeu gracejos de outros peixes malvados e egoístas que fê-lo engolir a agulha de uma só vez. Dessa forma, Deus, lá do céu, “que tudo sabe e tudo vê”, castigou todos os peixes malvados e egoístas, fazendo com que todos eles e suas gerações advindas estivessem dali por diante espinhas finas, feito agulhas. Os peixes bons, que tentaram ajudar Maria de Nazaré a encontrar a agulha, portanto, não foram castigados.

Dizem que o peixinho dourado-do-mar voltou à orla marítima e contou para Maria o que havia sucedido e Maria desistiu de procurar a agulha, mas Deus a fê-la ganhar de presente uma cestinha cheia de outras lindas agulhas capazes de costurarem todo o enxoval do menino Jesus que haveria de nascer humildemente numa manjedoura para pregar a paz e o amor entre todos os homens do mundo.

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