MEU RIACHO e À sua garupa amiga.

MEU RIACHO

Era pequeno, eu me lembro,

À tarde, ao riacho me achegava,

Era este o riacho que alegrava meu coração.

Cheio de peixinhos lindos,

Pedras com cor e cheiro da natureza

A cantiga amiga a embalar meus tempos idos.

Não acreditava que tudo mudaria

No meu mundo que

Abafou o meu riacho,

Este foi o meu tempo,

Hoje maltrato na cidade pelo esgoto

Os seres alados ali desapareceram

E a manhã não é a mesma.

Tudo passou tão rápido como um tufão.

A pedra descorolada e descorada

E o cheio de poluição descomedida

É a crueza da malvadeza

Des-humana.

Este era meu doce riacho,

Ele ficou esquecido na foto amarelecida no armário.

E a minha infância perdida na memória.

GARUPA

A lambreta de meu pai

Era a delicia de minha viagem

À sua garupa amiga.

Na cidade e no campo,

Eu atrás com braços-cipos em arvore altaneira

Crescia em sombra firme.

E o filme segue à emoção,

No fechar de olhos, recordo, feliz,

O vento no rosto, enquanto a manhã desponta lá fora

Como outrora,

E vejo como observador em outros pontos incríveis

A minha história com meu pai,

A paisagem permite na mente que lembra

O que foi à luz do que não sou mais:

A lambreta a conquistar espaços como em um filme

Evocando pedaços do meu passado

De momento inesquecível

E ergo ao céu a oração e o silêncio completa esta sensação de que não estou só

meu pai está indo comigo e eu à sua garupa feliz.