Harmonia
Muito antigamente, lá pelo século IV, um homem cristão desejoso de ser santo partiu de Alexandria, a mais bonita e importante cidade do Egito daquele tempo, e embrenhou-se deserto do Sinai adentro. Ali ele rezava e tecia esteiras, que eram trocadas por trigo e sal quando apareciam mercadores com suas caravanas.
Ah! Os mercadores! Os mercadores de Madian, por exemplo, só vendiam perfumes. Quando José, filho de Jacó, foi vendido como escravo a mercadores de Madian que iam para o Egito, ele foi colocado no meio da carga que os camelos e dromedários transportavam.
Veja só menina, que sinal da ternura de Deus! José chegou escravo no Egito, mas chegou todo perfumado...
Pois então... o homem de Alexandria que foi morar lá no fundo do deserto, trocava com mercadores o artesanato que fazia por trigo e sal.
Após vários anos de total solidão, apareceu-lhe um anjo que afirmou: em Alexandria, duas mulheres que vivem juntas na casa tal e tal, na rua qual e qual, são mais santas que você.
Partiu o eremita para Alexandria para conhecer aquelas de que falou o anjo. Após longa viagem e intensa procura, encontrou em uma casa (a mesma que ele havia deixado antes de ir para o deserto) duas irmãs, casadas, vivendo vida comum, porém haviam feito voto de viverem em harmonia e estavam cumprindo à risca o que prometeram.
Entendeu, menina, a moral da história? O mais importante para se ter harmonia no coração (harmonia emocional) é não se auto-agredir como o homem do deserto fazia.