O RATO, O GATO E O CÃO (cordel infantil)

O RATO PARA O GATO

Sei que tens grande vantagem

Em tamanho e coragem,

Mas eu tenho bom senso

E um talento imenso

De entrar em qualquer buraco,

Palácio ou barraco.

O GATO PARA O RATO

Esses teus dons não me confundem.

Só ratos tolos se iludem

Pensando que é fácil escapar,

Sem tenazmente lutar,

Com um gato esperto e sagaz

Que sempre leva a melhor em tudo que faz.

O CÃO PARA O GATO

Tu és um gato de tamanha formosura,

Nunca me canso de admirar.

Teu miado tem muita doçura

Teus olhos são cheios de ternura

O que faz o homem te estimar.

Mas eu, cão de muitas batalhas,

Conheço de ti todas as falhas.

O GATO PARA O CÃO

Não adianta falar grosso

Nem fazer tanto alvoroço

Porque eu, gato, não me intimido,

Aquele rato é meu inimigo,

E este é o momento propício

Para mostrar a ele quem manda.

Sai da frente cão que eu vou atacar.

O CÃO PARA O GATO

Pare! Eu não posso concordar

Com esse seu modo felino

De um pobre rato pequenino

Sem qualquer razão atacar.

Por que não briga comigo?

O GATO PARA O CÃO

Veja lá, seu cão que não conheço,

Não tente me virar pelo avesso

Porque se manso eu pareço

Não se engane eu sou um perigo.

Nos meus olhos não viste, por acaso,

O brilho da vitória?

É assim que termina o caso:

O gato vence o rato e fim da história.

O RATO PARA O LEITOR

Enquanto cão e gato discutem

Já tomei acertada decisão,

Ficarei alerta no meio do mato

Só pra ver se coragem tem o gato

De enfrentar o cão vira-latas

Ou se ficarão nessa lengalenga

Com o felino fazendo verso capenga

Aparentando ser um grande valentão,

Mas por dentro treme de medo do cão.

O CÃO PARA O GATO

Onde está, bichano estabanado,

Aquele ratinho, teu inimigo declarado?

Mais esperto do que tu ele deu no pé

E agora deve estar fazendo cafuné

Numa bela ratinha em sua toca.

E eu, como bom vira-latas,

Não sou afeito a contar bravatas

Darei vazão ao meu instinto canino

De perseguir qualquer felino.

O AUTOR PARA O LEITOR

Foi aí que o gato assustado,

Como se fosse um teleguiado,

Subiu na primeira árvore que viu.

E o rato? Ah, o rato sumiu...

E o cão latindo desesperado

Na esperança de que o gato aboletado

Descesse para que ele continuasse

A perseguição que nunca termina.

Enquanto isso no mato

Rolava de tanto rir o rato.

06/05/11.

(histórias que contava para o meu neto)