A MARIPOSA VAIDOSA

A primavera havia chegado finalmente. A Natureza reencontrara as suas belas cores. As flores abriam as pétalas para melhor se colorirem. Os animais cantavam e brincavam. Estavam todos felizes. Todos, menos uma mariposa branca. Só ela se lamentava. Estava desesperada. Queria ter asas iguais a de uma borboleta multicolorida. Então, chorando de tristeza, procurou incansavelmente um meio de se colorir. Foi então que ela teve uma grande idéia. Foi falar com a rosa:

- Amiga rosa, pode me ceder um pouco de sua cor?

- Cara mariposa, isso eu não posso fazer. Se quiser o meu perfume eu darei porque ele se espalha ao sabor do vento.

A mariposa ficou triste. Voou para a beira do rio e, pousada no galho de uma pequena árvore, voltou a ver a sua imagem refletida na água: branquinha, toda branquinha. As lágrimas aumentaram. Como se colorir? Esse era o pensamento que torturava a vaidosa mariposa. Começou a voar sem destino. Já havia escurecido quando ela chegou à cidade. Viu muitas luzes. Estava tudo tão bonito, tão brilhante. E veio a idéia: se ela se esfregasse naquelas luzes poderia ficar colorida e brilhante. Nem havia terminado o pensamento quando ouviu uma voz dizendo:

- Não faça isso.

A mariposa quis saber quem falava com ela. Era um pirilampo que voava por ali piscando a sua luz azul.

- E por que não devo fazer? Ela perguntou.

- Essa beleza que você vê é traiçoeira. Hoje está desgostosa com a sua cor. Quer ser colorida como uma borboleta, mas se voar em torno daquelas luzes ficará sem as asas. Argumentou o pirilampo.

- Por que perderei minhas asas? Perguntou a mariposa.

- Aquela linda luz amarela e brilhante queimará suas asas e não poderá mais voar. O que é melhor? Ser toda branca e voar por aí livremente, ou ter as asas queimadas só para satisfazer a vaidade?

Depois de pensar por um tempo, a mariposa disse:

- Caro pirilampo, diante de suas sábias palavras eu me rendo. Não podemos mudar o que a natureza criou.

Despedindo-se do pirilampo que lhe ensinou uma lição, a mariposa voou para a beira do rio e olhando-se na água murmurou:

- Até que o branco das asas não é tão feio assim...

Moral: vaidade demais é perigosa.