FUXICO, O PALHAÇO DE CETIM

Era uma vez um palhaço que estava esquecido entre vários brinquedos de madeira. Um dia um senhor o levou, junto com outros brinquedos, para as crianças de um hospital. Lá chegando o palhaço foi separado dos brinquedos de madeira e colocado entre bonecas e bonecos de pano. Sentiu-se em família porque ele também era feito de pano. Apresentou-se timidamente dizendo:

- Eu sou Fuxico... o palhacinho de cetim...

- Eu sou Maria Antonieta, igual a que foi rainha da França. Veja o meu vestido, o meu penteado...

Ela rodopiou no seu belo vestido deixando Fuxico encantado. O interesse do palhaço pela boneca despertou o ciúme de outro boneco de pano, o bruxo. O bruxo tentou expulsar Fuxico do armário de brinquedos dando golpes e rasteiras. Numa dessas rasteiras ele derrubou Fuxico que segurava a mão de Maria Antonieta. Caíram os dois. O bruxo ficou desesperado, pois a boneca que ele amava escapou. Agora ele não a veria mais.

Mais nervoso o bruxo ficou quando uma das meninas, internada no hospital por ter quebrado um dos braços, passando pela sala de brinquedos encontrou Fuxico e Maria Antonieta. Recolhendo os dois do chão ela disse.

- Que lindo casal! Serão felizes para sempre.

A menina levou Fuxico e Maria Antonieta para a enfermeira que cuidava da sala de brinquedos.

- Dona Joana, eu encontrei este casal de bonecos no chão da sala de brinquedos.

- Ah Luisinha, pode deixar que eu os levarei de volta ao armário.

Ao ouvir esta conversa, a boneca ficou triste. Ela ia voltar a conviver com o bruxo e isso não era bom. A enfermeira levou os bonecos de volta ao armário e, ao ver o bruxo, fez uma observação.

- Que boneco feio! Tem cara de mau. Vou mudá-lo de armário, ele vai ficar no armário dos brinquedos de metal.

E o bruxo foi colocado entre os soldadinhos de chumbo que foram logo avisando.

- Aqui não há nem haverá desarmonia. Por isso trate de se comportar.

No armário das bonecas e bonecos de pano reinava a alegria com a volta de Fuxico e Maria Antonieta que foram felizes para sempre como disse a menina.

21/12/10

(histórias que contava para o meu neto)