Fábula dos Animais Desprezados!

Fábula dos Animais Desprezados

Esta é uma fábula, que se passou à muitos anos, vejam só; no tempo em que os animais falavam. Isto passou-se no reino da fantasia, coisas para ser lido pelas crianças.

Ora vamos então à história, e espero que os meninos e meninas gostem e que seus pais possam voltar por momentos, aos tempos em que eram crianças, como hoje são os vossos filhos netos e outros parentes mais novos, porque afinal na vida, é bom sonhar, porque quem não sonha não sabe ver para lá dos horizontes.

Bom naqueles tempos, um pobre burrinho, já muito velhinho e cansado de muito ter trabalhado para o seu dono, ficou muito triste, porque ouviu o seu dono, dizer à mulher que tinha que se desfazer do burrinho, por já não prestar para levar as cargas que lhe punha em cima do lombo, porque já não andava com aquele passo rápido, e continuava comendo a ração na manjedoura, o pior era quando ele se montava no burrinho, ele quase caía sob o peso do dono! Então o plano dono, era vender o burro para abater, para dar de comer aos leões do circo, ou deixa-lo abandonado no campo, para os lobos esfaimados o comerem. Então o burrinho muito triste, abanou as orelhas, sacudiu as moscas com o rabo, e pensando lá com os seus cascos, porque não podia pensar com os seus botões, porque como sabem, os burros de quatro patas, não usam paletó, andam com a vestimenta que Deus lhe deu, por isso teve que pensar com os seus cascos, que é como quem diz com os seus botões. Que triste sorte a minha; depois de uma vida inteira a carregar e a dar lucro ao ingrato do um patrão, e até a aturar as suas teimosias, Sim ele era sempre mais teimoso do que eu, muitas vezes sustentado a palha com bolor, poucas vezes me dava uma ração boa e forte. Por vezes castigava-me com o chicote, quando a carga era muito pesada e eu não andava com a pressa que ele queria.

Ora se fico, sou abandonado ou vendido, para ser comido pelas feras, acabando mal, ora então eu vou fugir deste dono ingrato, ele que puxe o carro, que eu vou por esse mundo fora, até pode ser que encontre alguém, que ainda me possa dar melhor tratamento. Assim uma noite, como a porta da casinha onde dormia estava sempre aberta, lá se foi o burrinho em busca de aventuras.

Depois de muitos dias e parte da noite andar, só parando aqui e além, para comer a erva fresca e apetitosa, encontrou um cão já velho, coitado, com algumas carraças, que muito o incomodavam. Entabularam conversa, contando as sua sorte, a ingratidão dos humanos, que se desfazem dos dedicados animais, quando estes chegam a velhos. Tal como o burro, o cão também tinha os dias contados, ou seria abatido ou levado para outro povoado, onde seria abandonado. Assim juntou-se ao burro e continuaram estrada fora, por sua conta, Depois de dias e dias, comendo do que lhes aparecia, dormindo debaixo de alguma arvore, já com forças renovadas, seguiam nestas andanças, até que lhes apareceu um galo, que tinha sido o rei da capoeira, mas outro mais novo veio destrona-lo. Os donos, tinham planeado matarem-no pelo Natal, coisa que ele não gostou de ouvir, pois tinha visto, como era doloroso cortarem a goela e o sangue a correr para uma malga, para o arroz de cabidela; nessa, ele não iria alinhar; fugiu sem cantar pela madrugada e bater as asas. Ele o que fez, foi bater a asa da casa dos donos, e juntando-se assim ao cão e ao burro e já eram três que seguiam viajem em busca de aventuras.

E assim se foram juntando outros animais, que prestam relevantes serviços ao homem, quer na lavoura na carga de matérias ou reproduzindo sua raça para dar de comer ao homem, ou até para o guardar, para lhe servir de companhia nos momentos mais tristes dando-lhe desde o vestuário a alimentação a sua força de trabalho, e até transportando-o por viagens sem fim. Já havia um bom grupo entre eles e foi aparecendo a cabra, a vaca, um gato, algumas aves, coelhos, um cavalo e muitos outros. Todos se davam bem, neste grupo de animais, sem disputas ou primazias. Foram andando por entre montanhas e vales, comendo, bebendo descansando, todos de comum acordo. Eram felizes, viviam do que a natureza lhes dava, dormiam onde podiam, até que um dia, foram dar a uma fazenda cheia de pasto, com muita fruta, boas grutas para se refugiarem do mau tempo. Por ali andavam sem pressa, até que apareceu um homem idoso, que tinha especial atenção pelos animais abandonados, Tendo alguns na fazenda, onde os tratava com carinho, não lhes faltando comida. Então, depois de conhecer toda a história deste grupo de animais, que fugiam da morte certa ou do abandono, aceitou ficar com aquele grupo mais, porque ali não seriam mais abandonados, nem seriam entregues, para terem uma morte antecipada, seriam sua companhia enquanto fossem vivendo, porque isso dava-lhe imensa felicidade e alegria, por ter tal gente (desculpem por me enganar) por ter tais animais abandonados por companhia, já que ele também já era entrado em anos, não tinha família vivia só e assim passaria a ter companhia destes dedicados animais. A história acabou e vovó e vovô já se deitou, boa noite aos meninos deseja quem está história contou.

J. Rodrigues 05/09/2009

Galeano
Enviado por Galeano em 06/09/2009
Código do texto: T1795901
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