Fábula do Lobo e do Coelhinho

Fábula do Lobo e do Coelhinho

Era uma vez um pequeno coelhinho, que andava pelo campo, em busca de ervas para se alimentar, porque havia pouco alimento para os animais, por causa uma seca e de um fogo, que tinham dizimado os pastos.

Então o pobre coelhinho, corria aqui e acolá, para tentar encontrar algumas raízes e ervas, que tivessem escapado ao fogo. Depois de conseguir algumas com que enganou o estômago, dirigiu-se ao ribeiro que passava perto, para matar a sede, quando lhe surgiu pela frente um lobo faminto, que era só pelo e ossos, que também tentava arranjar algo para matar a sua fome, este dirigiu-se ameaçador ao pobre coelhinho, pensando ter ali o seu jantar. O lobo disse então ao pobre coelhinho: Ainda bem que apareceste, porque estou morrendo de fome, já há uns dias que não como nada, vens mesmo na hora de eu jantar! Avançando ameaçador, mostrando os dentes aguçados e deixando cair baba pelo focinho, lambendo-se guloso. Então o pobre coelhinho, sem se poder defender daquele inimigo feroz, tremendo de susto, pensou que seria certamente o seu último dia de vida.

Já o bafo do lobo esfomeado, lhe batia no seu focinho macio, foi que teve uma ideia genial, que resolveu apresentar ao seu inimigo; pois nada tinha a perder e nada custava tentar. Então disse para o lobo faminto: Senhor lobo, sabe eu tenho passado muita fome por causa da seca e do fogo, que tudo queimaram e só tenho ossos por baixo da minha pele, o senhor lobo vai ficar com mais fome ainda, porque não encontrará carne no meu corpo e se trincar os ossos, podem-lhe furar a garganta, espetarem-se na sua linda língua, ou quem sabe ficarem encravados no seu precioso estômago ou intestinos, o senhor lobo vai morrer lentamente, com fome e muitas dores. Veja bem senhor não queira ter uma morte assim, e seremos os dois a morrer!

O lobo desconfiado, perguntou então ao astuto coelho, o que deviam fazer então? O espertalhão do coelho, apresenta um plano ao lobo, e que constava do seguinte: Senhor lobo, eu vou para outros campos, que tenham muitas ervas e alimentos para eu engordar, depois de um ano, já estarei gordo e cheio de carne, voltarei por cá, o senhor espera por mim, aqui junto desta pedra cinzenta, ao pé do tronco caído, que liga as duas margens do ribeiro, então já poderá saborear este vosso coelho, como gostar mais, está certo senhor lobo?

O lobo pensou um pouco, uivou para ver se havia mais algum lobo por ali e aceitou aquele plano do coelhinho, indo cada um à sua vida.

O coelhinho ao sair dali, ficou triste e preocupado, porque arranjou um plano, mas que só lhe daria um ano de vida, e não sabia como poderia escapar dos dentes afiados, daquele lobo esfomeado. Então o coelhinho, parou perto de uma colmeia, estando vendo as laboriosas abelhinhas, e algumas meteram conversa com o coelhinho, porque viram que estava muito triste, perguntando-lhe o motivo de sua tristeza. Ele então saltitou, arrebitou as orelha, levantou-se nas patas traseiras, olhando bem o horizonte, ainda assim não estivesse por ali o malvado lobo, a escutar a conversa com as suas amigas abelhinhas. Contou o seu plano às suas amigas, que elas acharam muito genial; mas ele explicou que o plano só o protegeria durante um ano, porque depois ao passar ali, lá estaria o lobo para fazer dele um almoço. Então as abelhinhas disseram ao coelhinho: Nós ainda temos alguns favos de mel e vamos reunir com a nossa rainha se ela estiver de acordo, carregamos um favo, para tu te rebolares sobre ele, ficas com o pelo cheio de mel percebes; depois vais às palhinhas e folhas que restam por aí, das que não foram consumidas pelo fogo, rebolas nelas e ficas disfarçado, de tal forma que o lobo não te vai conhecer. Passas pelo tronco que atravessa o ribeiro, muito tranquilo e nós ainda vamos destacar um batalhão das nossas abelhas soldados guardiãs, se ele desconfiar de algo, elas dão-lhe tantas ferroadas que ele ficará sem desejar comer coelho para o resto de sua vida.

Então o coelhinho saltou de contente, tendo na manhã seguinte, feito como combinado com as suas amiga abelhinhas. Depois de passar pelo mel e pelas palhas e folhas, ficou com um aspecto de um monte de feno andante, que se dirigiu confiante para o tronco de passagem sobre o ribeiro, muito senhor de si,

O lobo solitário, que por ali continuava esperando alguma presa para comer, vendo aquele bicho estranho, que mais parecia um monte de feno a andar , perguntou ao disfarçado coelhinho; compadre folhinhas, você por acaso não viu onde vinha, algum coelho magrinho assim só pelo e ossos? O lobo foi-se aproximando, olhou, cheirou, examinou bem, mas como não desconfiasse de nada, ficou a ver o nosso coelhinho afastar-se, tendo estes respondido ao lobo mau com voz disfarçada: não vi não, senhor lobo; sabe que também estou fugindo por causa do fogo, que me pode queimar; todas estas folhinhas ardiam num instante, transformando-me em cinzas, que o vento levaria para bem longe.

Então o lobo, continuou a esperar por um coelhinho gordo, que não mais passaria por ali. Porque desta se estava livrando, com a ajuda de suas amigas abelhinhas, que depois de verem o perigo passar, formaram em esquadrões e voltaram à sua tarefa, de procurar o pólen e o néctar para fazerem mel que é sabem fazer gratuitamente e que serve para tornar a vida mais doce. Assim termina esta fábula, do lobo mau e do coelhinho magrinho.

J. Rodrigues 29/11/2008

Galeano
Enviado por Galeano em 30/11/2008
Código do texto: T1311785
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.