O casamento de dona Sapatinha

Na festa do casório

da dona Sapatinha

não veio nenhuma santa,

só assanhadas bichinhas,

umas sacripantas,

todas umas putinhas.

Comeram uns bolinhos estranhos,

ficaram todas tontinhas.

Com um bom inseticida

e algumas chineladas

a dona da casa

matou elas todinhas.

Fim do bolo,

da caipirinha

e feijoada.

não sobrou ninguém nem nada.

Fim do casório e da festa

todas mortas as sapatinhas,

nem sombra delas mais resta,

coitadinhas!

Mas quem quiser que conte a outra,

a história original,

verdadeira,

o que se passou de fato

e também acabou mal

para a baratinha casadeira.

Mas onde já se viu

barata casando com rato,

oh, não,

não é coisa natural,

terminaria em uma grande confusão.

Então, spray mortal

para dona baratinha

e ratoeira para o ratão glutão.

Sem remorso nem compaixão.

Raid e Racumin

podiam patrocinar a marcha fúnebre

do flautista de Hamelin,

a cidade alemã

infestada de ratazins.

E assim,

colocar um fim nessa esbórnia,

essa história despida de glória

e coberta de escória,

que também morre aqui,

chinfrim.

Aqui e agora,

enfim!