O sapo e a sapa assassina
Na lagoa tinha um sapo, querendo fazer sapinho,
Esqueceu que a água entra, por qualquer um buraquinho.
A sapa olhou de longe, respondeu com um coaxar,
“vá fazer sapo em outra, que gosta de sapecar”.
O sapo ficou tão triste, sem saber o que fazer?
Pra quem vai deixar seus bens, se um dia ele morrer?
A sapa então gritou: “quais os bens que vai deixar?”
Ele disse: “uma viola sem cordas, e um mangangá”.
Ela diz “quanta besteira” só pra fazer um sapinho?
Deu um pulo e matou ele, acabando com o espertinho.
Ela caiu na desgraça – perdeu a herança a cretina,
não ficou no inventário, virou uma sapa assassina.
(Este é um dos poemas do meu livro POESIAS BOSCANAS - Realidades e ilusões poéticas, que será lançado neste mês de Julho/2024)