Se subiu, ninguém sabe, ninguém viu...
Na imensa e luxuosa cama de casal de certo palácio...
- Viu, Franja, como eu sou poderoso? É só eu abrir a boca e falar grosso que faço o dólar subir.
- O dólar não me importa que suba, porque tem outra coisa que você me prometeu que ia subir e faz dois anos que estou a ver navios, esperando por um milagre. Até mesmo o cavalo caramelo subiu no telhado, mas aqui, nada!
- Ah, já sei o que acontece: num sobe porque aqui num tem enchente, também num tem mar, minha gordinha. Daí os navios que você vê são de fantasia, da sua imaginação. Mas se a gente subir num avião meu coiso sobe também.
- Mas nós viajamos de avião o tempo inteiro, Juba, e a única coisa que sobe é o preço do combustível, não percebeu?
- Percebi, claro, e se o combustível sobe, quem sifu é o povo e você, como povo, deveria se sentir fundida também.
- Ai, Juba, essa eu não engulo: tá querendo me diminuir, eu lá sou povo?
- Tá bom, tá bom, você é a rainha desse palácio, mas não espalha, que não pega bem.
- Vou tentar... Agora vou dormir, só me acorde se por acaso o coiso subir de madrugada. Ou então se a bolsa subir amanhã, tá?
- Ué, você comprou ações?
- Não, claro que não, Juba! Vou é comprar outra bolsa Louis Vuitton. E quanto mais cara ela ficar, melhor pra fazer inveja pras coitadinhas que não podem pagar o mesmo que eu, ah, ah, ah, ah!
- Êta mulher de bom gosto essa minha gordinha!
- Segunda vez hoje que você me chama de gordinha. Sabe quem é a gordinha?
- Você é a minha gordinha, Franja, quem mais?
- Gordinha é a...