Cancelamentos

A cultura do cancelamento digital, como diz o próprio Google, não é coisa nova, mas "(...) um fenômeno recorrente das redes sociais que visa boicotar e excluir pessoas, marcas ou eventos que realizam condutas consideradas incorretas ou que ferem os valores de um grupo de pessoas." Salvo engano, o cancelamento digital na maioria das vezes não fere ou mata, a não ser, digamos por alto, a vaidade de certas pessoas, a da canceladora ou mesmo a da cancelada.

Ok. mas cancelamento pra lá de Bagdá mesmo, é o que vem fazendo certo ministro do STF conhecido e citado pela revista inglesa The Economist (e também por outras revistas e sites estrangeiros) como “The friend of my father’s friend”. Porque Tofolli está sempre cancelando ou tentando cancelar delações ou multas aplicadas pela Lava Jato contra empresas e empresários por ela condenados como corruptos. Operação da qual ele é um dos maiores opositores, juntamente com aquele que o nomeou para o STF, outros ministros dali também, assim como os partidos que o apoiam. Mas não apenas esses: a luta contra a corrupção tem muitos inimigos espalhados pelo país, sabemos.

Bem, o sinistro ministro petista tem 52% de avaliações negativas, conforme destacou pesquisa no site Infomoney (24/05/2024), sendo portanto o pior dentre os onze do STF, onde poucos se salvam ali, apenas um ou dois. O segundo pior, que já foi o primeiro pior até pouco tempo atrás é, claro, Gilmar Mendes, com 47% de menções negativas, outro ferrenho opositor da Lava Jato que age de modo bastante semelhante ao ministro petista em questões envolvendo suspeitos.

Disputando com esses dois destacados canceladores, mas não significando que ocupem o terceiro lugar entre os mais nocivos do país, porque para algumas pessoas representam o primeiro mesmo, estão os cancelamentos praticados pelas milionárias empresas de planos de saúde, senão elas, seus respectivos donos. E aqui amigos, a questão não é a corrupção, mas coisas tão ou mais mais sérias: vida e morte.

Como disse o grande Antonio Carlos Jobim, motivo de orgulho da nação e que nos engrandece também lá fora, o Brasil não é um país para principiantes. Mas ultimamente parece ser cada vez mais um país para meliantes.