A OTAN e os otários

As autoridades russas – que não passam de um bando de mafiosos liderados por Putin e seus envenenadores de adversários; o coitado do Navalny que o diga - espalharam que a OTAN quer fazer os russos de otários, quando foram eles, por conta própria, que se tornaram uns babacas perigosos e criminosos quando invadiram a Ucrânia.

Quiseram repetir em 2022 o que fizeram em 2014, quando tomaram o território ucraniano da Crimeia e o anexaram à Rússia: invadir Kiev e destituir o presidente Zelenski colocando em seu lugar um fantoche semelhante ao presidente de Belarus, aliado de Moscou (leia-se subordinado a Putin).

Não conseguiram, a guerra já dura mais de um ano e ainda arrumaram uma tremenda treta com os países membros da OTAN, a chamada Organização do Tratado do Atlàntico Norte (NATO, para eles). Mas nem sempre foi assim, já foi bem menos: houve um período de refresco entre o Ocidente e a antiga URSS, tempo esse chamado de Guerra Fria.

Cervejas, refrigerantes e sorvetes e também diversos produtos congelados, eram extremamente abundantes e baratos na Sibéria de então. Por outro lado, o preço dos medicamentos para tratar gripes e resfriados, decorrentes do consumo exagerado daqueles produtos, subia constantemente de preço.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia a guerra ficou quente e fria ao mesmo tempo, desequilibrando completamente as temperaturas no leste europeu e, em menor escala, no resto do mundo ocidental, o que elevou os índices de inflação em diversos países.

Simultaneamente, isso fez os russos pensarem em reformar a Cortina de Ferro, bastante enferrujada há vários anos já, rasgada e amassada em muitos pontos, para usá-la como escudo protetor contra os avanços da OTAN.

O tanto de ferrugem que a Cortina de Ferro acumulou nesse tempo todo daria com folga para formar uma tremenda banda musical por aqui. Algo como Os Ferrugens, coisa assim de várias dezenas de sósias do famoso cantor Ferrugem.

E, de volta ao começo, que foi onde tudo começou mesmo, o problema que os otários russos estão causando ao mundo e a si próprios se resume basicamente a duas questões, ou ações: climatizar e desenferrujar...

Aqueles russos que ainda mantêm a cabeça fria – infelizmente eles devem ser muito poucos hoje em dia, os que pensam, porque nas ditaduras todos são vigiados diuturnamente – poderiam começar, se pudessem, destituindo Putin e seus cúmplices e em seguida congelá-los numa prisão de segurança máxima na Sibéria mesmo.

Depois, esses mesmos russos de bom senso teriam de desenferrujar a autocrática política russa, ventilar o Kremlin: fazer autocrítica seria um bom início para as mudanças.

Talvez seja mais fácil fazer isso tudo do que tentar aniquilar a Ucrânia, porque a ação desastrosa (e criminosa) de Moscou provocou a reação OTAN, que se fortaleceu bastante nesse período e não vai deixar os preços dos congelados caírem, digo, não vai dar moleza para o adversário.

Isso é sonho, mas no Ocidente sonhar não é proibido; na Rússia podem prender um sonhador e ainda envenená-lo por isso. Já, se sonhar que o Putin venceu a guerra, é bem capaz do sujeito ganhar do Kremlin muitas latas de caviar, dúzias de garrafas de vodca e uma foto autografada do crápula.

Ou, quem sabe, tirar uma selfie com ele, se a segurança permitir, o que é bem difícil. Resumo da ópera: a Rússia é fodka...