EITÁ ENCOMENDA DE AÇAI CARA DEMAIS!!!
SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA DE QUE SE OS OUTROS FAZEM FAÇO TAMBÉM???? SE OUTRO SE MATA... VOCÊ SE MATA TAMBÉM PRESIDENTE???
'Estou confessando, a Wal do Açaí nunca esteve em Brasília', admite Bolsonaro
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro admitiu que Wal do Açaí nunca esteve em Brasília. Ele e a ex-assessora parlamentar são alvos de uma ação do MPF por improbidade administrativa.
O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira que a ex-funcionária de seu gabinete quando era deputado federal nunca esteve presente em Brasília, mas argumentou que ato da Mesa Diretora da Câmara permite que sejam contratados funcionários no Estado de representação do parlamentar.
Bolsonaro acrescentou ainda que a prática é comum entre parlamentares e desafiou o Ministério Público Federal (MPF) a investigar deputados e senadores.
"Ela nunca esteve mesmo, pelo que tenho conhecimento, ela nunca esteve em Brasília, a Wal", reconheceu.
Em depoimento dado durante as investigações, Walderice não apresenta quase nenhum indicativo de que fato tenha exercido alguma atividade legislativa para Bolsonaro, confirmando jamais ter ido a Brasília.
Ela mora na pequena Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ), na mesma rua em que Bolsonaro tem uma casa de veraneio.
Ainda na live, Bolsonaro alegou que tentam — sem atribuir a alguém — criar uma "narrativa mentirosa" sobre o caso.
"Estão criando uma narrativa mentirosa para dizer que eu cometi um crime aí com a senhora Wal", disse Bolsonaro na tradicional live que costuma fazer às quinta-feiras nas redes sociais.
"Por que isso? Se todos os meus servidores —metade— estavam no Rio de Janeiro? Agora, também abra processo contra toda a Câmara, todo o Senado. Eu acho que exceto o pessoal aqui de Brasília, acho, exceto o pessoal do DF, o resto dificilmente alguém não tem servidor no Estado", disse.
O MPF propôs à Justiça Federal uma ação de improbilidade administrativa contra o Presidente e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição, a "Wal do açaí", apontando enriquecimento ilícito e prejuízos ao erário público.
A ação aborda investigação sobre a funcionária, que ocupou, por indicação de Bolsonaro —à época, deputado federal, cargo de secretária parlamentar em seu gabinete de 2003 a 2018, sem, no entanto, nunca ter pisado em Brasília ou exercido qualquer função relacionada ao posto.
O ato citado pelo presidente nesta quinta-feira foi editado em 2010, mas de fato estabelece que "os ocupantes dos cargos em comissão de secretariado parlamentar terão exercício em Brasília, nos gabinetes parlamentares, ou no Estado de representação do Parlamentar, e reger-se-ão pelas normas aplicáveis aos demais servidores da Câmara dos Deputados".
O problema é que Wal não exercia, segundo o MPF, funções compatíveis com o cargo que ocupou.
O Ministério Público aponta que Walderice e seu companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, prestavam na verdade serviços particulares para Bolsonaro, principalmente cuidados com casa e cachorros do então deputado na Vila Histórica de Mambucaba, além de cuidar de uma loja de açaí na região.
Wal do açaí, como ficou conhecida, só foi exonerada do cargo no gabinete após a divulgação de denúncias na imprensa sobre o caso em 2018.
Entenda o caso de Jair Bolsonaro e Wal do Açaí
As suspeitas sobre Wal surgiram em 2018 em reportagem da Folha de S.Paulo.
Em janeiro daquele ano, o jornal revelou que a ex-assessora trabalhava em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio de Bolsonaro, à época deputado federal, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis.
Segundo vários moradores da região ouvidos pela reportagem, Wal também prestava serviços particulares na casa de Bolsonaro. Ainda segundo eles, o marido dela, Edenilson, era caseiro do presidente.
Na ocasião, Bolsonaro não soube detalhar serviços legislativos prestados pela assessora na cidade.
Depois, afirmou que ela trabalhava na loja de açaí porque estava de férias na data em que os repórteres estiveram na vila.
Em agosto de 2018, em horário de expediente da Câmara, a reportagem voltou ao estabelecimento e encontrou Wal trabalhando na pequena venda.
A investigação do MPF confirmou a apuração da Folha de S.Paulo de que Wal não exercia nenhuma função relacionada ao cargo e, no período em que recebia da Câmara, ela e seu marido Edenilson Garcia prestavam serviços particulares a Bolsonaro.
Segundo os procuradores, entre esses serviços prestados estava o cuidado com a casa e com os cachorros de Bolsonaro em Mambucaba.
A investigação também revelou que as movimentações financeiras de Wal do Açaí seguem o padrão de outros funcionários de gabinetes de familiares do presidente investigados pelo esquema de "rachadinha."
No depoimento dado durante as investigações, Walderice não apresenta quase nenhum indicativo de que de fato tenha exercido alguma atividade legislativa para Bolsonaro, confirmando jamais ter ido a Brasília, por exemplo.
Durante sua live nesta quinta, Bolsonaro repetiu justificativas utilizadas anteriormente para se defender do caso. Entre eles, o argumento de que Wal estaria de férias durante uma das visitas da reportagem a Mambucaba.
Ele não citou na live que a reportagem voltou à venda de Açaí em outra ocasião, em horário de expediente da Câmara, e que Wal estava trabalhando no estabelecimento.