Você é a melhor da boate Baby!

#como honrar teu relacionamento

Fazer publicidade da própria privacidade nas redes sociais, nem sempre é uma boa ideia. Para adolescentes e jovens, a coisa é um pouco mais

complicada. Não porque não haja livro bom assim como os que citei. Pelo

contrário, tem de montão. Eu seria capaz de encher páginas e páginas só

dando sugestões e comentando cada uma delas. A quantidade chega até a

atrapalhar a escolha, não é esse o problema. Mas aí já entram em cena muitas

outras variáveis.

O fôlego de leitura do sujeito, por exemplo. Igualzinho ao que acontece nos

esportes. Como quem sabe que não vai agüentar jogar noventa minutos, e

então nem bate uma bolinha, dizendo que acha futebol um jogo idiota. Há

quem desanime só de ver o número de paginas do livro, ou o tamanho da

letra, ou o fato de não ter ilustração. Nesse caso, o cara acha que vai ficar de

língua de fora e pagar o maior mico. Não percebe que não está competindo

com ninguém.

Também não tem ninguém na arquibancada olhando sua performance. Dá

para levar o tempo que quiser para chegar ao fim do livro. Ler uma página

por dia, por exemplo, se não quiser ir mais depressa. Num livro como este

aqui, dá pra fazer isso - as histórias são curtinhas.

Para outros candidatos a leitor, não é uma questão de fôlego, mas de medo de

não ter musculatura para ler. De só dar chute chocho e a bola não ir longe.

De não agüentar a força do que está escrito, não entender umas palavras, não

perceber o que o autor quer dizer e ficar se achando um burro. Se nunca usar,

o músculo pode acabar

tão atrofiado que o cara não consegue nem mastigar, fica feito um bebê, só

come papinha, sopa e sorvete. Incapaz de traçar um churrasco - para não falar

em ir ao supermercado trazer a carne, ou plantar a própria horta. Dá um

trabalho... Quando vejo essa atitude, sempre me lembro daquela frase: "Acha

que educação custa caro?

Experimente só a ignorância..." Mas, de qualquer modo, dá também para ser

solidário com quem ainda não teve chance de desenvolver sua musculatura

leitora. Tudo bem, vamos devagar. Lendo textos curtos, fáceis, divertidos,

variados, numa linguagem clara e parecida com a que a gente fala todo dia (e

toda noite, não há limites).

É só folhear este livro. Pode ser que alguma história atraia sua atenção e

mostre que, mesmo que uma ou outra palavra lhe escape, ninguém está

falando complicado.

Outra questão difícil na escolha de uma leitura de jovens e adolescentes, em

minha opinião, é que eles já são praticamente adultos. Ainda mais hoje em

dia, e no nosso país. Não têm que ficar lendo histórias de uma turminha de

garotos que só se trata por apelidinhos idiotas e inventa uma máquina do

tempo ou apura um crime, ou enfrenta o terror de múmias e mortos-vivos a

serviço de um cientista maluco, ou vive aventuras nos Mares do Sul, no Vale

dos Dinossauros, na Galáxia Superior ou no Reino do Escambau. É até.

The Merlim
Enviado por The Merlim em 06/08/2021
Reeditado em 06/08/2021
Código do texto: T7315063
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