Agente secreto lusitano
Era o tempo da famigerada PIDE, a polícia secreta portuguesa. Um agente recebe instruções de visitar o não menos infame congênere brasileiro, o DOI-Codi. Para o intercâmbio de relevantes e revelantes informações. A viagem era necessária, pois não havia zap à época. E o intercept tampouco.
Maleta algemada à mão, o agente, selecionado por seu fino faro profissional nas artes do bisbilhotar é levado ao aeroporto de Lisboa pelo seu próprio chefe, que lhe segreda uma vez mais:
- Não podes deixar escapar uma única informação ou pista sequer do que vais fazer lá na terra de tanta cruz, uma palavra qualquer poderá comprometer todo o nosso serviço...entendido, Joaquim Manuel?
- Sim, sim, Manuel Joaquim...positivo!
Ao desembarcar no Rio de Janeiro, transpostos controle de passaporte e aduana, Joaquim Manuel toma um táxi. E, à pergunta do taxista:
- Para onde vamos, senhor?
...responde de forma e norma categóricas, metendo-lhe o dedo ao nariz:
- Jamaix saberáx, jamais saberáx...!