A História do R
Realmente… quem se lembraria de uma coisas destas, e logo a mim que gosto de frases curtas.
Revolvo o meu vocabulário e procuro. Rio e começo a escrever. Realmente não estava à espera de um desafio deste género.
Relembro o meu tempo de infância e os trocadilhos de palavras que fazíamos. Realmente desistir não é opção.
Resolvi contar uma história, a história do R.
Redonda cabeça, pernas esguias o R avança altivo e confiante. Recorda as suas andanças e segue, placidamente, o seu caminho. Raramente falha um compromisso e ama incondicionalmente todas as letras do alfabeto.
Reza para não se encontrar com o Z pois este rezingão estraga-lhe sempre o dia. Revisita o A que tanto ama, afinal foi a primeira letra que conheceu intimamente, nenhuma outra lhe voltou a despertar tanta paixão. Realmente as mães são sempre o nosso primeiro grande amor.
Revive o seu tórrido romance com o B e pensa em como seria se tivesse dado certo. Raridades teriam sido os seus filhos, seriam as mais belas letras do alfabeto. Realmente, todos os pais sabem que os seus rebentos são os mais… tudo.
Respinga mas nunca ponhas em dúvida este facto.
Revê o seu trabalho e enfrenta o patrão. Rabugento, este, tudo questiona e nunca parece satisfeito. Resolve não fazer caso e, confiante, termina um relatório.
Regressa a casa e, pelo caminho rumina tudo o que de desagradável lhe aconteceu.
Reencontra a esperança que o alimenta e sonha com o seu relacionamento duradouro e repleto de tórrido romance. Roda a chave na fechadura e, de dentro de casa, um odor inebriante envolve-o. Reduzidamente vestida, a sua esposa espera-o e, docemente beija-lhe o sorriso radiante. Realmente o L foi a melhor coisa que lhe podia ter acontecido.
Realizado, amado e apaixonado vive uma vida de sonho.
Fortunata Fialho