Para 1 Amiga do Recanto
Ainda não havia essas coisas modernas de Corona, isolamento, quarentena e Covid-19, quando muito, gripe espanhola, malária, febre tifoide, ebola, etc; quando em uma manhã pálida dessas sem sol, escrevi uma carta para uma amiga de tempos remotos. Entre fofocas e prosa, finalizei antes do tchau:
"nossa amizade presencial, olho no olho, supera as poesias escritas para o Recanto. Não havia nem Sapp, e se lembro-me bem daqueles tempos, além de notável escritora, você bela, sem rugas, com papada do pomo de adão, corpo violado em cima de saltos 15, cabelos longo ao vento, pés de galinha na cara e a mesma jovialidade dos 41 anos que não saem de sua boca, nunca.
Parabéns! Você nem imagina como envelheci...; para cacos, só falta eu cair e quebrar os ossos. Por enquanto sou um inteiro que por força maior e dobrado sobre uma bengala, ainda fica em pé..."
Cheguei colocar os pés na agência dos Correios, mas preferi não enviar a tal missiva. Todavia, se alguma leitora sentiu-se tentada e quer ter uma cópia como lembrança, enviá-la em tempo, assim farei.