O CAIPIRA, O PATRÃO E O CELULAR
O sitiante Reginaldo Silva vivia insatisfeito com seu vizinho confrontante. O vizinho não fazia a manutenção da cerca da divisa, e todo ano tocava fogo no pasto, sem fazer os devidos aceiros, e o fogo pulava para o terreno de Reginaldo. Para evitar discussões e possíveis brigas, Reginaldo não reclamava.
Certa vez já chegando a época das queimadas, Reginaldo contratou Quinzinho do Gamelão para fazer os aceiros ao longo do terreno da divisa com o vizinho desleixado. Quinzinho era bruto no serviço, justificava bem o ganho. Reginaldo trabalhava na cidade e só ia ao sítio nos finais de semana. Mostrou o serviço ao Quinzinho combinaram o preço e o transporte: Levaria o peão de manhã para o sítio e o buscaria a tarde. Perguntou ao Quinzinho:
-Você tem telefone celular?
-Tenho.
-Então coloque o número de meu telefone na agenda do seu, assim fica mais fácil de nós dois nos comunicar.
-Ah, eu não sei mexê cum isso não, sei mar, mar, atendê e fazê ligação... Meus minino é que arruma essas coisa pra mim.
Reginaldo escreveu o número de seu celular em um pedaço de papel e passou para Quinzinho dizendo:
-Taí meu número, assim que acabar o serviço, me dê um toque que eu venho te buscar...
Quinzinho respondeu na bucha:
-Eu não, tô fora, quem dá TOQUE nos otros, é médico arologista...
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