Juiz impoluto

Um pequeno fazendeiro, numa demanda de terra com o vizinho latifundiário, consultou-se seu advogado sobre a conveniência de dar um agrado ao juiz para que julgasse o processo que já havia um par de anos andava - ou se estagnava mesmo - sob a sua custódia...

Em seu arrazoado, o demandante assinalava que a terra era muito fértil e absolutamente necessária ao seu sustento...porquanto o vizinho, ricaço, só mantinha a demanda por capricho, teimosia e gosto de o prejudicar...

O advogado acautelou-o dizendo que o magistrado que se ocupava do assunto era absolutamente incorruptível, e de uma integridade a toda prova, jamais se sabendo de algum caso seu - a não ser com um tal de Luizinácio - em que um demandante saíra injustiçado...

- Jamais pense nisso - sentenciou o experimentado causídico.

Duas semanas depois, eis que o caso é julgado e o ganho de causa favorecia o pequeno fazendeiro...Ganho total!

Ao ser informado da vitória sensacional e inesperada por parte do advogado, o fazendeiro comentou:

- Pois é, dotô, o meu prano foncionô...

- Plano, mas o que foi que o Senhor fez, me explique, pois eu estou ainda perplexo com essa inusitada decisão...?

- Uai, eu mandei um porco pra ele. E reprodutô dos bão memo...Capai até de sartá cerca quando sente o chêro duma porca no cio...

- O Senhor só podia estar louco para fazer uma coisa dessas...conhecendo a reputação do meritíssimo, a sua condenação era certa!!!

- Pois é dotô, fui purisso qui eu mandei o poico in nome do meu diversáro...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 02/02/2019
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