A civilização no prato

O meu desencanto com o mundo me levou à seguinte conclusão: o ápice do processo civilizatório deu-se com o desenvolvimento do pudim de leite. De lá para cá (que eu não sei quando foi), tudo decaiu.

Prestem atenção ao equilíbrio perfeito na combinação da massa com a calda: o percurso gustativo vai do suave doce ao quase-amargo do açúcar queimado. E a sensação quando se morde e mastiga? Não é terrena essa ambrosia moderna. Ou é a terra, a que só podemos saborear no instante divino da sobremesa?

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 30/10/2005
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