Moranga na moringa...?

(...de uma história constante dos Favos de Mel de Nanda Araújo)

Dona Zinha não era de perder tempo. Em meio à multidão que desde cedoj já se acotovelava no Verdurão de Seu Arcanjo, no apinhado e maltratado mercado central de Divinópolis, despachada, foi logo determinando ao vendeiro:

- Racha pra mim uma abobra muranga, e dexaqui inriba no barcão, inquanto eu vô pegano umas verdura aqui, que eu tô já atrasada pro armoço do Firmino que larga o sirviço às onze e meia lá nas oficina da Rede, e num me dá forga nem no pensamento...

Minutos pressurosos passados, e a chusma de gente só aumentando com o calor naquele já diminuto espaço, surge o brado desesperado e ameaçador de dona Zinha:

- Qualé o fii du´a égua forgado, qui passô a mão na minha muranga rachada?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/11/2018
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