O ocaso do macho...
Do banco dos réus, o ancião quase nonagenário ouve, cabisbaixo, as pesadas acusações de abuso e lambuzo sexual que lhe são assacadas. A Promotora cita Maria da Penha a cada parágrafo de sua incisiva peça acusatória.
Ao tomar a palavra, a Advogada de Defesa não vê outro recurso senão mandar que o réu se levante, e lhe abrindo a braguilha, expor seu pelancoso membro à audiência e à Juíza e questionar, enquanto o balança vigorosamente entre os dedos:
- Então, vós achais que essa tripinha, esse barbante amarfanhado, atrofiado, ressequido, caquético, defunto, seria capaz de ressuscitar, se encorpar e cometer as vilezas de que o estais acusando? Vede bem que coisa mais amorfa... - enquanto baloiçava sem parar a aparentemente insificante pretensa arma do crime...até que o velhinho se abaixa e lhe sopra ao ouvido, em ofegante sussurro:
- Facilita mais não, Dotôra, sinão nóis acaba perdeno a causa...