Eu sou Temer; Eu sou Temer

Eu sou Temer. Eu sou Temer. Eu sou Temer. Eu sou Temer por inúmeras razões. Sou Temer porque aprendi no decorrer de meus 131 anos, 154 minutos e 58 segundos, que devemos apoiar os mais pobres. Sermos socialistas. Amar incondicionalmente os mais fracos. Dividir o que temos com os necessitados. Aliás, a primeira frase do Lula quando chegou ao Poder para seu povo cérebro de ostra sem pérola, foi: "de agora em diante, o brasileiro terá um pedaço de carne no prato e quem o tem em abundância, deverá dar parte do que tem, para quem não tem".

Portanto, sou mais Temer, como já fui mais Lula. Fui. À época, o coitado havia chegado do Norte sem lenço e sem documento. Emprestei o que não tinha para ele, hoje não sou mais, porque cresceu, está adulto; virou pai de família, enricou os filhos, netos e bisnetos, matou a mulher de desgosto, e foi para os States; sem contar que é a alma mais honesta do país.

E eu não suporto os honestos, deleito-me com os pobres. Pobreza. Adoro pobre. Catarrentos. Descamisados. Bunda de fora com o brioco sujo. Assisto o BBB e sou fã incondicional, voto pelo telefone, faço campanha para aquele que é mais pobre da casa. Quem mais merece dinheiro. Adoro o programa que dá dinheiro: Silvio Santos é um deles.

Sou tão defensor dos pobres, oprimidos e sem oportunidades, que compro seja o que for dos ambulantes. Compro. Compro. Compro. Tenho que dar vez para esses inocentes, pobres, delinquentes. Coitados! O mesmo acontece com o Temer. Não suporto ouvir tanta injustiça. Faça como fizeram com o Lula: "deixe o homem trabalhar". A conta vem depois, mas deixe ele mostrar serviço. Sou e sou e sou amigo dos pobres e desvalidos. Sou Jesus Cristo dos dias de hoje, Marx fora de moda; e qualquer um deles, eu valorizo.

É ouvir alguém vendendo alguma coisa, compro. Compro, compro e compro. Não sou hipócrita do mal, sou socialista do bem. Havia comprado 10 quilos de mandioca de um fulano. Em seguida veio o vendedor de laranjas, bananas e coisas mais. Comprei. Comprei para vê-los sorrir. Sei muito bem o que essas pessoas passam. Injúrias. Calúnias. Já fui o que eles são e já senti o que eles sentem na pele.

Como descrito, havia comprado 10 quilos de mandioca, quando ouço: "olha a mandioca, olha a mandioca". Disparei os passos sentido o portão. Fiquei estacado, aposto, esperando o vendedor. Ele chegou e disse: "Mandioca hoje, patrão". Quem já vendeu badulaques de porta em porta, sabe as dificuldades da sobrevivência desses coitados. Tratando-se daquele jeito, quanta amabilidade daquele sujeito. Não resisti.

Disse para ele que estava atrasado, mas que poderia vender para mim. Ele perguntou como estava atrasado e o que significava "poder vender para mim". Expliquei-lhe que já havia passado outro vendedor, porém poderia vender para mim, desde que ele dissesse: "sou filho do Temer". O moço subiu nos tamancos. Jamais iria dizer uma besteira dessas. "Que isso patrão, eu não sou filho do Temer, nunca".

- Então, sinto muito, mas não compro sua mandioca. Se disser, pago e nem quero a mercadoria.

- Não, não vou dizer.

- Tudo bem. - e fui entrando dentro de casa.

- Até nisso esse sujeito, esse indivíduo, tal de Temer me atrapalha. Compre a mercadoria. Mandioca boa, seleta. Por favor...

- Só se disser é que filho do Temer; que Presidente como ele, só o seu irmão gêmeo. Que vai rezar para ele todas as noites para melhorar da doença. Está com câncer no fiofó, coitado! No fogo cruzado entre a vida e a morte.

- Não, não falo. Deus me perdoe, mas não peço...; isso é tirar proveito do desemprego. Sou honesto, digno, por favor, não vou dizer nada sobre ele.

- Tudo bem! Então eu não compro. O dinheiro é meu, faço dele o que quiser. - e fui voltando.

- Tá bom, eu falo tudo que o patrão quiser.

- Então, fale.

- Sou filho do Temer, o melhor Presidente do país. Eu amo o Temer.

- Mais alto, está baixo. Grite para o mundo ouvir.

- Eu sou Temer até debaixo d`água. O melhor Presidente do país. Amo-o incondicionalmente. Melhoras meu Presidente; a nação precisa de você.

Berrou o vendedor. A rua inteira parou para ouvi-lo. A celeuma durou mais uns 15 min. Por fim, comprei 1/4 de quilo. Ele quase me mata de tanto xingar. Tudo bem, mas eu sou amante dos mais fracos, oprimidos, debilitados, trabalhadores, menos de almas honestas. Nesse tempos de corrupção e corruptores deslavados, almas honestas assustam e vem na madrugada agarrar os pés de quem acredita nelas.

P.S.: o coitado do mandioqueiro não vendeu mais uma grama de mandioca na rua. Nem de graça o povo queria. Povo ingrato. Assim como detestam o Temer, detestaram a postura do mandioqueiro. Ingratos, parece que esse povo ostentador nunca foi pobre um dia!

Por que não prendem o Temer e o FHC?

Uma das maiores, se não a maior injustiça que já ouvi, foi o FHC dizer que o aposentado que tem trabalhar. Ora trabalhar? O fulano trabalhou mais de 35 anos de sua vida, agora que está com seus 70 e lá vai fumaça, como diz no Norte e Nordeste, na cruz das almas, continuar trabalhando? Nem burro merece...

Primeiro: se ele, o aposentado fizer todo o serviço que querem que o faça, o que sobrará para o filho, para o neto, para a mulher, bisneto e demais da casa? Filhos virou madeira de lei e até 20 anos são protegidos por lei e não podem trabalhar, depois dos 20, não trabalham porque não criaram o vício e como sabemos, tudo deriva dos vícios. Viciou vai longe...; tem futuro. Vide a ladroagem do corruptos e ladrões, a "traficação" de gente, drogas, órgãos humanos, etc que está incrustada no país. Por que? Por que vício que inicia corretamente, termina bem...; meu pai (a)finado pai dizia que "bem no caixão".

Segundo: na época que o FHC disse tal absurdo, ainda não havia o Recanto das Letras. Sagrado Recanto! Ambiente excelente para animar a balançar a roseira, animar a terceira idade com jogos, escrita, poesia, nostalgia, saudosismos, fofocas, etc. Acredite: fofocas.

É provado cientificamente que escrever é ótimo para ativar a memória e aumentar as laterais da bunda e caimentos da pança; obviamente por não desgrudar a bunda da cadeira. Parece motorista de ônibus, carreta, etc. Desde que o Recanto das Letras surgiu na mídia, nunca mais, extinguiram de vez os bancos de praça, local em que a velharada boa de boldo e prosa se reunia para jogar conversa fora, baralho, dominó, dama, xadrez e claro, falar da vida alheia, etc.

Como nunca acreditei em aposentadoria, não tive oportunidade de ter filhos, ou melhor, crianças; sempre fazia sexo. Aliás, capitalista que sou, no dia que essa espécie (bicho) der lucro, tanto econômico quanto de realização, abro instituições de filantropia e adoção de crianças. Revolucionarei o mundo, criando orfanatos e mais orfanatos em meu nome. Serei o salvador, o bonzinho salvador do mundo. Mas somente no dia que crianças derem lucro, que fique bem claro!

Terceiro: o ex-companheiro do Lula de Poder, antes de dizer tamanho equívoco dos aposentados, deveria ter analisado que trabalhador honesto e batedor de cartão nenhum, é o Lula; que com mais de 70, corre o risco de ir em cana. Para o Lula, cana soa aguardente; e para o aposentado civil, àquele de usava guarda-pó, boteco. Os que não saem do Recando, correm para o Boteco...; gostaria de saber o motivo. Sempre há um porquê em tudo...

Quarto: Vagabundo que não tem o que fazer? Ora, como dizer coisa dessa? O que não falta é atividade para o aposentado, ou seja, fazer fila nos mercados, bancos e farmácias todos dias. Passear com os animais domésticos nas praças e não levar o saquinho para recolher a sujeira do animal; dar banho e ninar os netos ou bisneto (deve-se dizer: netinho e bisnetinho, com o aposentado, é tudo no diminutivo. A velhice traz sensibilidade nas palavras) ; receber a aposentadoria mensalmente e garantir o empréstimo bancário para os filhos e netos; pagar rigorosamente em dia (sei lá, no país dos caloteiros, tudo é duvidoso), porque são os únicos brasileiros com dinheiro nesse país, as faturas da farmácia, do carro financiado do filho, da ração de salmão dos animais, da feira, etc.

Há muitas, mais muitas virtudes dos nossos super aposentados, não levados em conta pelo FHC, porém, se é aposentado político, corre perigo de ser enquadrado pela Justiça pelo enriquecimento ilícito das obras superfaturadas.

Por fim, culpemos o FHC pela injustiça cometida contra essa classe que foi tão produtiva, conquistadora, trabalhadora, que contribuiu ativamente para um Brasil que não existia. Quando passou a existir, (para os gringos e americanos) o Temer quer passar o facão na aposentadoria dos coitados!

Fora o Lula, aposentado por ser a alma mais honesta do país, os falazes e desonestos FHC e Temer deveriam ser presos por tais calamidades contra os aposentados de guerra e por tempo de trabalho ostensivo, porque políticos, já são aposentados desde o momento que assumem o Poder. Corruptos!

Se isso acontecer e o Temer fizer a Reforma da Previdência, como ficará a farmácia, os netos, filhos, nora, genro, os remédios, bisnetos, cães e gatos domésticos? Como irão sobreviver; pois se acabarem com a aposentadoria do patriarca ou da matriarca sexagenária, por tabela, acabará com a aposentadoria dos dependentes. Até os gatos, cães, papagaios, lesmas, baratas, ratos, pagarão o pato. O governo financia os aposentados e esses, financiam os dependentes.

Ô Temer, meu irmão, por favor, não seja tão cruel com nossos amigos e camaradas de luta e incomensurável trabalho!

Troca com Troco

Sábado na lotérica. Contas pagas. Uma voz pergunta para o aposentado: "o senhor vai levar um bolãozinho. O premiado está acumulado. Temos quina, sena, loto fácil e outros. Qual deles, ou todos eles?"

- De cá um desse, um desse, outro desse.

- Obrigado e bom dia!

- Próximo.

Contas pagas. Troco quase na mão. A mesma voz faz a mesma pergunta anterior:

- "o senhor vai levar um bolãozinho. O premiado está acumulado. Temos quina, sena, loto fácil e outros. Qual deles, ou todos eles?"

- Amanhã. A casa estará aberta? Amanhã eu compro.

- Só se o senhor vier trabalhar...; não temos direito ao descanso?

- Uai, pensei que abrissem.

- Não, não abre...

- Tá bão. Igual você, mocinha, também tenho boca, quando eu quiser o jogo pronto, peço. Vim para pagar as contas e não comprar bilhetes. Brigado, tá!

Ao notar o velho sair na porta, a atendente resmungou para o próximo cliente: "Como tem gente besta nesse mundo, pensando que é inteligente e esperto! O tempo da escravidão e da ditadura já passou.

O senhor vai levar um bolãozinho. O premiado está acumulado. Temos quina, sena, loto fácil e outros. Qual deles, ou todos eles?"

- Amanhã. A casa estará aberta? Amanhã eu compro.

- Por favor, não me faça ser mau educada, senhor; basta o outro que saiu!?

- Embora não pareça, sou irmão gêmeo dele...

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 12/01/2018
Reeditado em 21/01/2018
Código do texto: T6223886
Classificação de conteúdo: seguro