No País dos Ladrões
Meus sapatos já passam dos 30 anos de uso. Nunca viram uma graxinha; muito menos água, sou ambientalista nato. Imagine lavar sapatos e morrer de sede. Para o bem verdade, preciso e muito, dos dois.
Bom, eles são os meus amores, não os tiro dos bolsos; aliás, atualmente tem dupla utilidade: às vezes ainda calçam as minhas joanetes e guarda os meus esporões. Segundo, quando o ladrão grita: "perdeu, perdeu... assalto!!"
Imediatamente os tiro da toca e meto a abertura no narigão do meliante. Devido a impotência do ladrão em manter suas palavras, devolvo-os aos meus bolsos ou pés, (depende da ocasião) e resmungo: "Tome... vai, respire fundo, foi você quis; agora aguenta! Quer mais?"
Gargalhando do insucesso do infeliz, sigo meu caminho, ou melhor, o deles; sigo as trilhas dos meus velhos amigos. Companheiros para qualquer jornada.