Eita, de lascar !
Com o preço do feijão
A mistura lá em casa
Abobrinha no espeto
Ou então chuchu na brasa
E é pensando no futuro
Que o pobre então se casa
Mas quando vai ao mercado
Seu dinheiro bate asa
Pimentão tá um absurdo
Batata a gente não pode
Para comprar o café
O bolso a gente sacode
É só moeda que balança
E não se paga ninguém
O sonho de todo pobre
É achar várias notas de cem
Na prateleira do pão
O preço ta de matar
Desse jeito minha gente
Fubá então vou levar
Fazer broa de fubá
E também uma polenta
Comer comida da roça
Quem sabe mais se sustenta
Não vou dizer que não como
Uma picanha na brasa
Mas só mesmo em eleição
Ou quando o rico se casa
Cerveja então já não bebo
Já não vejo a danada
Lá em casa agora a bebida
É Tang e a limonada
Outro dia minha esposa
Trouxe para nosso rango
Uma garrafa de pinga
E um gordo e belo frango
Perguntei se ela ganhou
Ou se recebeu a dinheirada
Que nada, ela responde !
Achei numa encruzilhada !
E é por isso minha gente
Que vou à igreja rezar
Pedir ajuda aos santos
Pois a coisa tá de lascar !