Teatro Jararaca apresenta:
Primeiro ato: a paulada no rabo.
-Cuidado, cumpade, olha ela aí; olha ela aí!
- Acuma, adonde, acuma é...
- De Carai nhus. Bicha criada em cativeiro. A bicha é peçonha pura, num é dormidera, não sinhô.
- A cuma é...a donde.
- Tá reinando por aí; chacoaiando o chocaio. Olha ela aí, cumpade! Possuindo moradia em todos os cantos. Pica na urna e faz morada na sua casa.
- A cuma...a donde é.
- Já ofendeu 200 milhões de bazés. O sinhõ sabe muito bem o que é bazé, né? Num sabe não?
- A cuma, a cuma é?
- Deus num deu asas presse bicho, mas os bazés dão.
- A cuma, a cuma é; esse trem.
- É de rabo, bolso e fala. Voa e tudo mais.
- A cuma, a cuma é?
- Num se faça de desentendido cumpade, ocê já mamo na teta dela.
- A cuma; a cuma é?
- Aqui no Norte, cão ofendido de cobra tem medo até linguiça; mas aí pra baxo, é o contrário: come até o caroço.
- A cuma, a cuma é?
- Eu fiz emplasto de fumo para vê se espantava a bicha, mas num tem jeito não...tem direito garantido. Os bazés dão, depois quer tomar.
- A cuma; a cuma é?
- É um letim aqui, uma bolsinha ali, uma gazinho aqui...
- A cuma; a cuma é. O bicho peida?
- Não sinhõ. Gazinho de cozinha. A jararaca aboliu a lenha.
- A cuma; a cuma é. Vou lá pedir os meus kits, estava por fora. A cuma; a cuma é, cumpade?
- O Raul Seixas disse que fica com cara de viado vendo caxinguelé. Otro bicho dodio é o Raul.
- A cuma é; a cuma é? Num mataro no ninho.
- Tem jeito não, deixa a bicha mamá. Os bazés merecem. Bicha criada em cativero, com mordomias. Tem jeito não!
- Ih é? Cumpade só a morte pra nos livra dessa jararaca?
- A cuma; a cuma é ésse trem?
- É o diabo do Nordeste: tem asas, rabo, chifre, pênis, brasa, grelha, espeto e tudo. Valha-me Padin-padin-cisco. Limpa meu zoio.