Conto de NATAL

Quando soube que o saco do papai noel estava vazio, murcho feito maracujá passado, peguei minha mulher e doei de papel passado para ele. Imaginava que com essa boa ação, eu ficasse livre dela e automaticamente, o papai noel conseguisse se tornar um homem de saco cheio.

Que nada! O velho barbudo dispensou na lata, dizendo que era melhor um saco vazio, lânguido e enrugado, a tê-lo cheio por uma mulher vazia. Sem nada. Com quem, por quem e por qual, não sei; mas estou transtornado.

Chato saber que nem se furar com sovela, consigo esvaziar o saco, enchido pela minha mulher. Ô diabo de mulher vazia que enche o meu saco, mas não enche o saco do papai noel!

Mais tarde, já no ano novo, fui saber por que ele não quis minha mulher: ela não desgruda da mãe. Estranho, porque estava dispensando a minha esposa, exatamente por causa da mãe: não suporto mais o meu saco cheio e o da velha vazio, ou do velho, ou de ambos.

Só sei que Natal é um saco e ensaca uma zica danada de mosquitos, malandragem!

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 16/12/2015
Reeditado em 17/12/2015
Código do texto: T5482141
Classificação de conteúdo: seguro