Os óculos da LOUCURA

Levanto de manhã, junto com as galinhas e faço o de costume. Ao botar os pés na rua para celebrar o dia, meto os óculos insufilmados na cara e dou sonoras gargalhadas, parando de rir somente ao tirá-lo, o que faço assim que boto o pé dentro de casa novamente à noite.

Coisas normais de um ser super bem humorado.

Esses meus óculos são semelhantes às balanças e espelhos e faz-me orgulhar de mim mesmo. Às vezes pergunto-me quem é o gênio que criou um objeto tão útil e por que poucas são as pessoas que usam e os que usam, embora seja da mesma marca, modelo e valor, não são como os meus.

Um dia desses fui à praia, com eles, claro, e fiquei observando o cabo, parecendo uma bengala cobrir as guarda-sóis, os canudos tomando água de coco, os pilares da cabana cobrindo o sapé; as pessoas trocando os pés pelas mãos, os carros trafegando com os pneus para cima, as bebidas embebedando os vasilhames e as salsicha comendo o cachorro a frio; um matuto de chapéu de palha, com facão na algibeira, quebrando e engolindo viva um monstro de uma jiboia. No final, vi nitidamente, juro que vi ela remexendo na barriga do fulano. Dava cada rabada atrás da outra, que só Jesus na causa! Inusitado, não?

Cada dia, uma situação nova. Por isto, embora recomendado pelo meu oculista, estou resistindo em trocá-los por outros melhores. Sou resistente às novas tecnologias.

Mas a que mais me atraiu, foi em plena praia uma mulher segurando o rabo de uma vaca e o homem à frente, toma que não toma chifre. Será que são marido e esposa? Se a ela soltar o rabo, como fica o homem? Fiquei horas e horas matutando o caso, sem nenhuma definição.

Era uma correria dos diachos. Pega de lá, pega de cá; até que o rabo soltou da mão da mulher. Ao tapar os olhos, lembrei que estava de óculos. Tentei ficar sério, mas a cena era desconcertante em ver o chifre espetado no rabo do homem, que gargalhei.

- Cada um leva o chifre que merece! Cada leva o chifre que merece! - gritavam.

Pensei que ia ficar numa chifrada, só; mas o diabo do homem pedia para mulher segurar o rabo. A mulher correu, correu, correu e atarracou no rabo da vaca. O homem suspirou de alívio; por pouco tempo, o rabo da vaca soltou da mão mulher e tome chifre no rabo homem. E a plateia gritava: "tome chifre no rabo do homem. Tome chifre no rabo do homem". E eu de óculos, dava risadas.

Esses meus óculos são mesmo muito hilários e adoro eles, afinal, faz-me gargalhar! kkkkkkkkkkkkkk. Como são bem humorados!

Estranho é perceber que os óculos que vejo são totalmente diferentes dos meus. Sei lá, inexplicável! Se o leitor souber do porquê das diferenças, encarecidamente, por favor, me diga!

Como eu gostaria que todo o mundo usasse óculos como os meus!

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 25/09/2015
Reeditado em 25/09/2015
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