Reflexão fúnebre
Não importa o status quo
Morto, finado, cadáver, defunto
Se vai pra cidade dos pés separados
dos pés juntos
Se já era ou deixou de ser
Se bateu as botas ou esticou as canelas
Se passou dessa ou daquela pra melhor ou pra pior
Findou a trajetória!
Queira ou não queira é hora
do eterno descansar
O esquife almofadado faz jus ao bem alinhado, paramentado, ex - cidadão
São brancas, todas as flores
Procurando não destoar
Imprescindível combinar
Com a branca cor do distinto
Já extinto, por azar
O que falar, desse coitado, que alternativa não tem?
É agonia demais, pra um defuntinho só. Tem dó!
E como fica o forró?
A cervejinha gelada?
O samba?
A mulherada?
E outras cocitas mas
importantes, essenciais?
Será que lá faz
ou será que lá só jaz?
Que pavorosa situação
Ao público exibição
Depois, aos vermes
A deus-dará
Ao purgatório
Ao inferno
O que será que merecerá, Pai eterno?
Além de ir pro além
7 palmos de terra no macabro cemitério
Despautério
Desrespeito
Não tem jeito
Dão às costas e vão embora
Consumado o ato!
É hora da solidão, de fato!
RAPAZ
PENSANDO BEM
MORRER DEVE SER TAO CHATO!!