A TPM e o triste fim de Carlos Augusto
- O que você tem, meu amor?
- Nada.
- Nada mesmo?
- Nada mesmo.
- Então tá bom.
- Como assim tá bom? Não vai perguntar mais nada?
- Eu não. Já perguntei e você já respondeu.
- Mas não respondi tudo.
- É verdade. Você respondeu “nada”
- Como assim, respondi “nada”?
- Eu perguntei o que você tem e você respondeu “nada”. Foi ou não foi?
- VOCÊ É UM INSENSÍVEL MESMO!
- Eu? Por que, ué?
- Nada.
- Viu? Falou de novo!
- É porque você não tá fazendo a pergunta certa!
- Uffff!!! Tá bom! Lá vai, querida: o que você tem?
- NADA!
- Meu Deus você quer me deixar maluco? É isto?
- Por que? TÁ TÃO TERRÍVEL ASSIM PARA VOCÊ, CARLOS AUGUSTO?
- Não! Imagina, minha princesa, tá tudo bem.
- SÓ SE FOR PARA VOCÊ!
- Só se for para mim o quê, querida?
- VOCÊ! VOCÊ tá bem. Tá tudo bem para VOCÊ! Já para mim.... Mas você nem liga! É um egoísta! Um insensível!
- Pelo Amor de Deus! O que você está falando?
- EU TÔ FALANDO, CARLOS AUGUSTO É QUE FAZ DUAS HORAS QUE EU TÔ AQUI DO SEU LADO E VOCÊ NEM NOTOU COMO EU ESTOU ME SENTINDO! É DISSO QUE EU TÔ FALANDO, SEU CARA DE PAU!
- Meu bem, respira.
- Respira? Por quê? EU por acaso, tô precisando respirar, é?
- Mas eu perguntei e você respondeu que não era nada, meu amor!
- E VOCÊ NEM INSISTIU!
- Eu nem sabia que tinha que insistir!
- É assim mesmo, Carlos Augusto. Eu tô cansada de ser tratada assim, sabia?
- Ah, meu amorzinho! Vem cá, vem. Deixa eu fazer um carinho.
- EU NÃO QUERO CARINHO! QUERO SER OUVIDA, COMPREENDIDA! ENTENDEU?
- Não.
- O QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU, CARLOS AUGUSTO?
- Quer saber? Na verdade eu nem sei mais o que eu tenho que fazer.
- SE VOCÊ ME NOTASSE SABERIA.
- Você vira outra pessoa de um dia para o outro! Ontem estava calminha, carinhosa e hoje...
- HOJE O QUÊ? HOJE O QUÊ?
- Sei lá, querida.
- O QUE EU TENHO, CARLOS AUGUSTO?
- Parece aquela coisa... todo mês.
- QUE COISA, CARLOS AUGUSTO?
- Seus olhos estão vermelhos, querida!
- FALA! MAS FALA OLHANDO NOS MEUS OLHOS!
- Você sabe, meu bem!
- QUERO OUVIR VOCÊ FALAR!
- Você tá bem, parece que tá espumando, meu amor!
- FALA SE FOR HOMEM!
- Tá bom! Tá bom! Vou falar! TPM! PRONTO. FALEI!
E assim se deu o triste fim do corajoso Carlos Augusto, morto com dois vasos, 4 almofadas, um salto de sapato, uma garrafa de uísque, 3 porta retratos, o play station do filho e algumas bolsadas na cabeça. Isto porque a mulher se cansou antes de alcançar a mesinha de centro e a faca da cozinha.
- Nada.
- Nada mesmo?
- Nada mesmo.
- Então tá bom.
- Como assim tá bom? Não vai perguntar mais nada?
- Eu não. Já perguntei e você já respondeu.
- Mas não respondi tudo.
- É verdade. Você respondeu “nada”
- Como assim, respondi “nada”?
- Eu perguntei o que você tem e você respondeu “nada”. Foi ou não foi?
- VOCÊ É UM INSENSÍVEL MESMO!
- Eu? Por que, ué?
- Nada.
- Viu? Falou de novo!
- É porque você não tá fazendo a pergunta certa!
- Uffff!!! Tá bom! Lá vai, querida: o que você tem?
- NADA!
- Meu Deus você quer me deixar maluco? É isto?
- Por que? TÁ TÃO TERRÍVEL ASSIM PARA VOCÊ, CARLOS AUGUSTO?
- Não! Imagina, minha princesa, tá tudo bem.
- SÓ SE FOR PARA VOCÊ!
- Só se for para mim o quê, querida?
- VOCÊ! VOCÊ tá bem. Tá tudo bem para VOCÊ! Já para mim.... Mas você nem liga! É um egoísta! Um insensível!
- Pelo Amor de Deus! O que você está falando?
- EU TÔ FALANDO, CARLOS AUGUSTO É QUE FAZ DUAS HORAS QUE EU TÔ AQUI DO SEU LADO E VOCÊ NEM NOTOU COMO EU ESTOU ME SENTINDO! É DISSO QUE EU TÔ FALANDO, SEU CARA DE PAU!
- Meu bem, respira.
- Respira? Por quê? EU por acaso, tô precisando respirar, é?
- Mas eu perguntei e você respondeu que não era nada, meu amor!
- E VOCÊ NEM INSISTIU!
- Eu nem sabia que tinha que insistir!
- É assim mesmo, Carlos Augusto. Eu tô cansada de ser tratada assim, sabia?
- Ah, meu amorzinho! Vem cá, vem. Deixa eu fazer um carinho.
- EU NÃO QUERO CARINHO! QUERO SER OUVIDA, COMPREENDIDA! ENTENDEU?
- Não.
- O QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU, CARLOS AUGUSTO?
- Quer saber? Na verdade eu nem sei mais o que eu tenho que fazer.
- SE VOCÊ ME NOTASSE SABERIA.
- Você vira outra pessoa de um dia para o outro! Ontem estava calminha, carinhosa e hoje...
- HOJE O QUÊ? HOJE O QUÊ?
- Sei lá, querida.
- O QUE EU TENHO, CARLOS AUGUSTO?
- Parece aquela coisa... todo mês.
- QUE COISA, CARLOS AUGUSTO?
- Seus olhos estão vermelhos, querida!
- FALA! MAS FALA OLHANDO NOS MEUS OLHOS!
- Você sabe, meu bem!
- QUERO OUVIR VOCÊ FALAR!
- Você tá bem, parece que tá espumando, meu amor!
- FALA SE FOR HOMEM!
- Tá bom! Tá bom! Vou falar! TPM! PRONTO. FALEI!
E assim se deu o triste fim do corajoso Carlos Augusto, morto com dois vasos, 4 almofadas, um salto de sapato, uma garrafa de uísque, 3 porta retratos, o play station do filho e algumas bolsadas na cabeça. Isto porque a mulher se cansou antes de alcançar a mesinha de centro e a faca da cozinha.