“DEZ ORDEM” (republishing)
(republicando texto de 23.out.2010,
época da eleição da...)
A desordem, organizo
Faço tudo de improviso
Em detalhes preparado
Já amei e fui mamado
Nesta, e na vida passada
Que comi, muito salgada
Tomei todas, e saideira
E banho de cachoeira
Quando menos se espera
A vida se foi, já era
Madrugada, sol a pino
Na esquina, meu destino
Dobrou, e o perdi de vista
E se você tiver a pista
Me responda com franqueza
Onde encontro a cereja
Que do bolo à mesa falta
A moça linda, e peralta
Afanou meu travesseiro
Afogou meu candeeiro
Na lagoa dum deserto
E pensei que estava perto
Mergulhei nas coxas dela
Pulando pela janela
Mirando na perereca
Mas afoito, de cueca
Não se vota em presidente
Acordei tão de repente
Atrasado pro trabalho
Onde está? Cadê, ca... nário
O controle da tevê
Que meu saci-pererê
Insiste em deixar ligada
Suja a tampa da privada
Com o horário eleitoral
Mal separa o bom do mau
Que enjoa marinheiro
Onde está? Eu vi primeiro
Desligue essa baixaria
Tem criança e minha tia
Fica verde quando escuta
Que algum filho da pluta
Promete barbaridade
Vai a Lei da Gravidade
Revogar, ao tomar posse
Bocejante, ainda tosse
Minha tia é caso sério
Acredita no mistério
Que ouviu de um duende
Me ensina o que aprende
Que aprendo a esquecer
Nem sei mais o que dizer
Estou ficando enjoado
Nada mais rima com ado
Inda vou criar juízo
E a desordem, organizo...