EU TENHO NEURA, TU TENS NEURA...

 
  • Você tá bem?
  • Tô.
  • Não parece. Sei lá, de repente começou a fazer umas caretas.
  • Nem percebi.
  • E esta perna balançando aí? O que é?
  • Nossa, nem notei mesmo!
  • Tá certo. Só estranhei. Até agora tava sorrindo e de repente começou a fazer careta e balançar a perna.
  • Não é nada não... Mas se eu não estivesse bem, o que você acha que seria?
  • Eu não acho nada, só fiz uma pergunta.
  • Certo. Mas não faria a pergunta só por fazer, né? Então, respondendo sua pergunta e já engatando outra, o que acha que eu deveria fazer se eu não estivesse bem?
  • Mas então não está!
  • Eu não disse isso, só perguntei com base na sua pergunta o que eu poderia fazer se eu não estivesse legal.
  • Olha, não sei, realmente foi só uma colocação. Vi você de um jeito e de repente mudou.
  • Tá certo! Mas, como você sentiria se de repente eu dissesse que você mudou e que não está bem?
  • Sei lá. Talvez eu pensasse sobre isso, refletisse para ver o que teria feito ou que realmente fez com que eu mudasse e quem sabe alterar aquilo que estivesse me fazendo mal.
  • Ah, só fazendo mal para VOCÊ!
  • Sim, porque você disse que não tem nada! Ou tem?
  • Não tinha. Até agora...
  • Ai Meu Deus! Então me diga o que eu posso fazer para mudar isso.
  • Mudar o quê?
  • Esta coisa que você diz que não tem mas que fez a pergunta de como eu me sentiria se tivesse.
  • Não sei do que você tá falando!
  • Como assim não sabe? E esta perna aí?  E ESSA PERNA AÍ?
  • Por que você acha que eu tenho alguma coisa, se eu não tenho? Quer que eu crie alguma coisa, é isso?
  • Tá, tá! Tá bom, então fica assim.
  • Isso fica assim! Fim de papo! Tá louco, meu!
  • E assim que você resolve as coisas, é?
  • NÃO, NÃO É ASSIM QUE EU RESOLVO AS COISAS!
  • Então como é?
  • Tá bom, não é assim que eu NÃO resolvo as coisas! Melhorou?
  • Quer falar alguma coisa que eu compreenda, porque eu não tô entendendo nada!
  • Você tem razão, agora eu não me faço entender.
  • EU NÃO QUERO TER RAZÃO!
  • Tá, então você NÃO tem razão!
  • Eu só quero resolver!
  • Tá! Então você não quer ter razão só quer resolver!
  • Quer parar com isso?
  • O quê? Que eu não falo o que você entende, que eu tô fazendo careta e que minha perna tá com algum problema?
  • Eu não disse isso! Não falei nada disso!
  • Ah tá! E que eu não percebi estes problemas "gigantes"!
  • Que problemas "gigantes"? Quem falou em problemas "gigantes" aqui?
  • Quer saber? Não quero falar mais! Acabou o papo!
  • Acabou uma ova! Fala comigo!
  • Fala sozinha. Vou dormir!
  • É isso aí, durma, porque o que eu sinto não significada nada, né?
  • Que papo é esse? REPITA SE TIVER CORAGEM!
  • Ah, quer saber? Cansei!
  • Eu também cansei!
  • Isso mesmo. Não dá para ficar discutindo estas coisas que você não sabe e nem fala o que são.
  • Como assim eu não FALO e nem SEI destas coisas que VOCÊ disse que eu tinha no começo da noite? Eu falo e sei SIM! Fica assim tá, amanhã...
  • Amanhã O QUÊ? Amanhã O QUÊ?
  • POSSO FALAR? Anota aí que amanhã a gente continua este papo! Tô cansado!
  • Anotar O QUÊ, meu Deus do céu?
  • Anota aí que amanhã a gente fala sobre... sobre... Qual era mesmo o motivo da discussão?
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 10/08/2012
Reeditado em 19/07/2013
Código do texto: T3823648
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