ACIDENTE DUPLAMENTE INSÓLITO
ACIDENTE DUPLAMENTE INSÓLITO
Psicomélico está sendo julgado por duplo homicídio.
O juiz, condescendente, resolve primeiro ouvir a versão do acusado.
Este, na maior cara de pau, se explica:
- Eu e minha esposa tivemos uma pequena discussão, no dia anterior ao acidente.
O descarado começa a chorar. O juiz espera ele se acalmar:
- Continue senhor Psicomélico...
- Bem... o motivo do nosso desentendimento foi minha sogra, ou seja, minha esposa disse que a velha viria morar conosco. Fiquei desesperado, aquela megera no mesmo teto que eu: nunca! No dia do duplo acidente, fui trabalhar como sempre.
Nisto o juiz o interrompe:
- Consta nos autos que o senhor nunca trabalhou. Vivia as expensas de sua esposa.
- Bem... naquele dia sai de manhã para procurar emprego.
O juiz volta a desmenti-lo:
- Testemunhas dizem que o senhor não ficou fora nem quinze minutos.
Depois de tantas contradições Psicomélico resolveu não mais espichar sua versão.
- Resumindo Senhor Juiz, minha sogra chegou às 6:00 h da manhã de mala e cuia. No que ela entrou por uma porta saí pela outra. Mas ao chegar à esquina achei que era muito desaforo deixar minha casa para aquela cobra cascavel. Voltei, fui direto para a cozinha, peguei uma faca e comecei passar margarina no pão. Nisto minha sogra entrou... tropeçou e caiu exatamente sobre a faca. E por coincidência minha esposa que vinha logo atrás, também tropeçou e caiu sobre a faca.
Psicomélico voltou a chorar copiosamente.
O juiz irritadíssimo com tamanha desfaçatez ainda perguntou:
- Mas quatro vezes cada uma caiu sobre a faca?
- Alternadamente seu juiz!
P. S. ((Texto de domínio público))