PONTO FACLTATIVO NO INFERNO
PONTO FACLTATIVO NO INFERNO
Na republiqueta do Brasil, por dá cá aquela palha, em qualquer feriado no meio da semana, se decreta ponto facultativo nos dias que antecedem e/ou sucedem a data fatídica.
Pois no inferno já estão copiando esta moda. O Grão-Diabo, capeta administrador, também Primeiro Ministro, afirma e jura de pés juntos: “se dá certo na Republiqueta do Brasil, por que não daria no Reino do Inferno?”.
Não falta quem se beneficia desta modalidade de ócio.
Dona Diaba Mor, que deve ser a mãe do Cão, sentada à vontade, de frente para uma fornalha de fogo aceso, toda refestelada, sem preocupações tipo: o que vou comer no jantar (tem um pecador boiando na sopa, dentro do tacho, na trempe da referida fornalha). Ou ainda, por que iria ela se preocupar em ir ao cabeleireiro, de Mercedes ou de táxi? Nem pensa ela pegar um ônibus lotado de pessoas suadas, sem banhar e exalando aquele bodum de jaratataca. Ela nem precisa de feriado, muito menos de ponto facultativo para gozar as delícias do inferno.
No domingo que antecede a terça-feira gorda de carnaval, ela levanta depois do meio dia. O café da manhã já é almoço: um assassino confesso de oito pessoas, cozido ao molho pardo, regado a vinho tinto, safra 3 a. C. (aquele do casamento... milagre propagado na bíblia).
Na segunda-feira o dia do ponto facultativo, pois o dia seguinte será exatamente o feriado da terça-feira gorda de carnaval, dona Diaba Mor nem levanta da cama (em brasas incandescentes), emenda uma noite à outra seguinte.
No feriado propriamente oficializado, ela levanta antes das 6:00 h da matina, tem o breakfast fast dos deuses: um pai de santo assado a fogo baixo, apimentado e com a pele crocante; café preto não muito amargo, cachaça ipioka do Ceará. No almoço: um pastor da igreja universal, que vendia lotes no céu, frito em óleo de baleia; intestinos de libanês “homem bomba” (uma pena, a porção era pouca, pois na explosão voaram merda e vísceras para as quinze bandas) e de sobre mesa testículos de estuprador pedófilo, lá do Congresso de Brasília.
O chefão, Grão-Diabo, no domingo, antes da mãe levantar ele fez sexo animal com uma cabrita; comeu no sentido literal, via garganta a baixo, uma piriguete que quando viva ficava atazanando um padre, mostrando-lhe a calcinha, mas quando o coitado se aproximava ela chamava sua gangue e dava uma surra no dito cujo. Almoçou com sua mãe, dividindo com ela o assassino confesso e bebericando do vinho safra 3 a. C.
Na segunda, aproveitando que sua mãe estava na cama, ele não deixou por menos, cometeu incesto, que no inferno não é pecado, mas muito do normal.
Na terça-feira gorda de carnaval por todas as quinze bandas do inferno acontecia uma suruba. É que na noite anterior havia morrido, na Republiqueta do Brasil, quase oito mil pecadores, platéia de um sambódromo que desmoronou. No que a administração do Reino do Inferno decretou ponto facultativo, também para o resto da semana.
E nós aqui neste marasmo, querendo mais uma emenda de feriado na quinta com a sexta... Não podemos “comer” cabritas, não podemos merendar piriguetes, não devemos seviciar homens-bombas, nem fornicar com a Diaba - Mor. Fazer o quê então? Onde passar o cunavara?