TIC TAC
Passou a noite toda sem dormir.
Acordado.
Andando de um lado para outro.
De tempos em tempos olhava no relógio.
Observava o ponteiro dos segundos que girava lentamente.
Bem lentamente.
Quase parando.
Tic tac.
Estava cansado.
Sonolento.
Tic tac.
O relógio marcou uma hora.
Tic tac.
Duas horas.
Tic tac.
Devagar o tempo foi passando.
Devagar se foi o tempo.
Tic tac.
A cidade dormiu.
Acordou.
E ele ali, vivenciando cada minuto passado.
Cada segundo da noite escura.
Tic tac.
Ouviu os sons da noite.
Sentiu o cheiro do orvalho da manhã.
Tic tac.
O perfume da dama da noite.
Tic tac.
Presenciou a escuridão.
O breu absoluto.
O brilho radiante do sol.
A luz divina que ilumina o mundo.
Sempre só, passou por todas as fases da noite acordado.
Tic tac.
Sem pestanejar.
Sem esmorecer.
De manhã.
Juntamente com os primeiros raios solares, ele bateu o cartão de ponto, e, foi embora.
Com a certeza do dever cumprido.
Muito bem cumprido.