MULHERES BRUXAS OU BRUXAS MULHERES?
Encerando as vassourinhas...
A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e obviamente que, diante de tanta diversidade "humanística", havemos de criar alguns perfis de pessoas mais dispostas a este ou àquele padrão de comportamento.
É batata, e nenhum de nós escapa à sua previsão.
Assim surge na tal ciência uns "pacotes" muito previsíveis da reação humana frente a algumas situações previamente "catalogadas" nos estudos da dinâmica da vida de todos nós, digamos assim.
Então, é verdade, eu a conheci nos bem remotos tempos do seu divórcio, uma mulher frágil, de fala mansa, capaz de encantar qualquer sedutor profissional.
Sou mulher e isso é fato, admito que tem umas falas femininas que iludem até os melhores dos ilusionistas, portanto, é melhor que todos os homens saibam disto, inclusive os bem treinados a mal intencionados.
Naquela época do seu rompimento, sob sua fala bem mansa e chorosa, ela se reconhecia culpada pelos seus e pelos pecados do mundo!
Eu, na verdade, nunca vi ninguém assumir a própria culpa num momento de separação e se isto ocorrer, assim, a toque de caixa, decerto será algo deveras preocupante, talvez uma perigosa e manipuladora falência do ego e baixa da auto-estima, principalmente se forem acopladas à sempre superfaturada auto- estima masculina que tudo pode e tudo conserta...
Tal fato, o de se auto- crucificar, até pode ocorrer, mas haja tempo para que o milagre da "mea- culpa" do ego de cá, absolva a "mea- culpa" do ego de lá.
Não tardou muito tempo e ela já se e "nos" dizia muito apaixonada por outro, disposta a assumir a sua paixão e a sacrificar a própria vida...do outro, claro!
Todos os avisaram, menos a psicologia.
Então fizeram um pacto: ela, muito "poderosa", assumiria o "financeiro da vida" de ambos desde que ele ficasse sob seus totais e incontáveis caprichos.
E a psicologia...negligentemente só observando.
Ela exigia: ele teria que mudar radicalmente de vida: de bairro, de casa, de emprego, de carro, de roupa, de sonho, de família, de mãe, de partido de jornal e de padaria.
É bom que saibamos: a psicologia nos ensina que quando estamos apaixonados tudo é sonho realizável, desde que abandonemos o todo entediante só por alguns instantes.
Só que nem ela e nem ele sabiam disso e não houve tempo hábil para a psicologia os avisar.
Paixão sempre tem muita pressa...inclusive para acabar.
Não sou eu que digo, é a psicologia.
Que também nos ensina que os homens adoram isso: Se é um capricho feminino de fala mansa, hipnótica e indefesa...ah... basta um "eu preciso de você" e eles se derretem todos, como se mulher alguma não sobrevivesse sem seu próprio lado masculino que as faça abrir a lata de palmito ou a trocar a lâmpada queimada lá do teto.
Bobagem, é tudo tipo! Mulher sempre pode tudo, por isso é que somos mulheres.
Isso também a psicologia demonstra por claras evidências científicas.
Mesmo assim , ingenuamente, ele topou. De fato largou tudo e seguiu seu parco sexto- sentido, que sempre sente tarde demais...isso quando sente.
Tem uns que nem toda psicologia do MUNDO os faz sentir.
Não durou seis meses e ela já se sentia...muito cansada de tudo, inclusive de sexo.
Poderia ser de qualquer outra coisa e ele nem teria percebido.
" AH, mas você não era assim..." dizia ele toda noite, bastante perceptivo.
A psicologia ensina que mulher logo cansa e quando cansa logo perde a fala mansa.
Podem observar, não sou eu que falo, é a psicologia.
Conclusão: ela rapidamente se tornou a entediada senhora "você não era assim". Cansou de tanto não ser.
Ele nunca percebeu, mas ela também sequer lhe dera tempo de ser alguma coisa ao seu lado...sequer ele mesmo.
Foi a psicologia quem o diagnosticou: Estava ele irremediavelmente enfeitiçado...e danificado.
Certo dia Trinta e Um de Outubro, ela, sob a clarividente lua cheia, abriu a janela, armou sua vassoura e voou para sempre.
Nunca mais ele a viu.
Conta-se que a toda data comemorativa ele fica ali, no mesmo lugar de sempre, absorto, olhando para o céu.
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FELIZ DIA DAS BRUXAS PARA TODAS NÓS.