A AMEBA DA DONA ANTÔNIA

Dia de segunda feira é dia daquele meu amigo, o doutor João de quem sempre lhes falo, se acabar lá no seu trabalho comunitário.

Tem fila e diagnóstico de todo tipo e vez ou outra eu o pego pensativo, bem longe, perdido nas suas hipóteses tão difíceis.

Pensam vocês que a coisa por lá é fácil pra ele? Que nada, tem algumas queixas que queimam os miolos do doutor.

Nem a melhor universidade do mundo poderia lhe ajudar a eclarecer certas queixas da comunidade, com esta , por exemplo, que vou lhes narrar:

-Ô doto João, bom dia, lembra da minha ameba, daquela que o senhor pensa que tratou?

-Hã,como assim Dona Antônia, bem, acho que me lembro sim, já faz tanto tempo!, mas, deixe-me ver se tratei ou não tratei

-Faz tempo pro senho dotô, mas não pra mim, porque ela volta todos ano, então, o senhor não tratou.

Percebi que doutor João se esmerou nas perguntas clínicas para tentar acertar o caso da Ameba da dona Antônia. ENQUANTO ISSO A FILA AUMENTAVA.

-AH doutô, chega de prosa!

E não adianta nem me perguntar mais nada não porque eu não vou responder. O senhor fez as mesma pergunta da outra vez e nada de acertar. O senhor não sabe que ameba eu tenho!

O caso da minha Ameba é bem diferente e ninguém dá jeito nela não! Eu só quero saber uma coisa: percebi que ela volta sempre na semana Santa e depois desaparece sem remédio algum.

O senhô sabe por quê...ou ainda não estudou o meu tipo de ameba?

Eu eu o deixei lá, pensativo, quiçá estudando aquele estranho tipo de Ameba.

Nota: Verídico, diálogos reais, nomes fictícios.