LÍNGUA E LINGUAGEM, DOIS SERES "tipo" VIVOS:
Eu classificaria meu presente texto como "teoria literária" "até porque" , mesmo sendo humor, eu não saberia classificá-lo doutra forma dentro do que pretendo, embora na prática, meu argumento teórico seja fruto da observação do dia a dia e se, porventura, algum professor de português venha a ler o meu texto eu o convido a me (ou a nos) ensinar sobre tal fenômeno.
Fato é que não há dúvida de que a língua, enquanto um instrumento de linguagem falada, é um ser bastante vivo, sujeito às intempéries semânticas dos vícios, gírias, regionalismos, estrangeirismos nem sempre tão estéticos, e portanto, com as consequentes mudanças coloquiais e sorrateiras que se instalam no decorrrer da sua existência de ser animado.
Uma prova viva do que falo me ocorreu há pouco minutos quando ouvia o seguinte diálogo:
-O que sente?
-Sinto, tipo, uma dor, tipo assim, que passa por aqui mas que , tipo, não dói sempre, mas tipo, quando dói, cara, putz, é de doer!
-Mas que "tipo" de dor, afinal, você sente mesmo?
-Tipo, não sei bem que tipo de dor sinto, tipo, não consigo explicar, caraca, cara, tipo, isso é normal?
Eu pergunto a um professor de português: Sabe, juro cara, tento entender, sabe, nunca vi dantes nesse país, algo sabe, tipo, que tenha ocorrido antes comigo, tipo parecido, de eu ainda não conseguir entender, tipo, que dor era aquela, sabe, e que fenômeno linguístico seria esse, tipo, seria algo linguísticamente tipo normal? Alguém saberia , sabe, me explicar?
"Até porque"..., sabe, tem moda, tipo, mais difícil de se entender e tão fácil de se pegar?