Embora criado há centenas de anos e comuns nas cidades grandes, os convenientes banheiros, com água encanada e modernos vasos sanitários, demoraram a se espalhar pelo interior do Brasil. No sertão cearense, nas aéreas rurais, os adultos usavam as velhas retretes afastadas da casa, e os meninos costumavam fazer suas necessidades atrás das moitas ou no meio das capoeiras de jurema.
Na década de quarenta, nos poucos anos que morou em Fortaleza, em uma pensão, o jovem varzealegrense Maurício estranhou alguns costumes da cidade grande. Nada na capital parecia ser melhor do que na sua vida simples e saudável no sítio Varas, de onde fora trazido por seu irmão José Fiúza Lima, Zezé.
Naquele período, Maurício não escondia a saudade incontrolável das pessoas e lugares que deixara na pequena Várzea Alegre. Certa manhã, conversando com um amigo de Zezé, o varzealegrense apresentou várias situações que o incomodavam na capital alencarina. Buscando convencer sua permanência em Fortaleza, o amigo do seu irmão aconselhou:
- Maurício, você logo se acostuma, aqui tudo é melhor que no interior, rapaz. O que é que tem ruim aqui?
O jovem agricultor, com sua sinceridade matuta, respondeu:
- Até pra cagar é esquisito. Toda vida saprica pingo d’água fria na bunda da gente, homi.
* jurema é uma árvore espinhosa muito comum no semi-árido nordestino.
Colaboração: Ana Souza Cassundé (tia Anísia)
(imagem Google)
Na década de quarenta, nos poucos anos que morou em Fortaleza, em uma pensão, o jovem varzealegrense Maurício estranhou alguns costumes da cidade grande. Nada na capital parecia ser melhor do que na sua vida simples e saudável no sítio Varas, de onde fora trazido por seu irmão José Fiúza Lima, Zezé.
Naquele período, Maurício não escondia a saudade incontrolável das pessoas e lugares que deixara na pequena Várzea Alegre. Certa manhã, conversando com um amigo de Zezé, o varzealegrense apresentou várias situações que o incomodavam na capital alencarina. Buscando convencer sua permanência em Fortaleza, o amigo do seu irmão aconselhou:
- Maurício, você logo se acostuma, aqui tudo é melhor que no interior, rapaz. O que é que tem ruim aqui?
O jovem agricultor, com sua sinceridade matuta, respondeu:
- Até pra cagar é esquisito. Toda vida saprica pingo d’água fria na bunda da gente, homi.
* jurema é uma árvore espinhosa muito comum no semi-árido nordestino.
Colaboração: Ana Souza Cassundé (tia Anísia)
(imagem Google)