Cutelo, o Filósofo XXII - O Negócio da Moça
Lá pelo tempo do onça, quando era permitido aos candidatos fazerem festas regadas a chope, churrasco e forró, as campanhas políticas lá na roça eram animadas. Vinha gente da cidade, principalmente as FULANetes (que eram moças desfrutáveis que aderiam à um candidato) e, literalmente, o pau quebrava. Se não quebrasse, pelo menos vergava.
Bão numa destas tais, o amigo Cutelo, deu de mão numa das “desfrutáveis”, loiríssima, vestida sumariamente e de trejeitos duvidosos. Mas para o filósofo era o céu. Chamou pra sofrer uma peça, ela foi. Deu “imbigada”, ela correspondeu. Chamou pra tomar uma “celveja”, ela foi. E, de repente, foi...
Meia hora depois, o povo se alvoroça e alguém grita:
_ Acuda gente quiu Cutelo descangota a moça.
Corro para ver o que era e encontro o nosso filósofo de socos e pontapés na loura. Puxo o amigo de lado e "passo o pito":
_ Quêquéisso, Cutelo? O senhor então bate em mulher agora? Desafasta! Toma tento!
No que o Filósofo, bufando de raiva, mas já na unha do povo, desabafa:
_ I num é pra mode batê, Dona Druxa? I num é? Magina a sinhora quieu tô cum ela lá no Beco do Binidito, de boa intenção, namorano filme, pensano inté pidi casamento. Cunversa vai, cunversa vem, passamão no cangotim dela e ela dexa. Passamão na barriguinha dela e ela dexa. Aí, já viu, né? Fiquei intusiasmado, quereno peuquê quereno. Quandeu levo a mão lá... Cremdospade!!! Mari valeme!!! As coisa dela é maió que as minha, Dona Druxa! É maió quias minha!
Tadim, gente! Ô dó!
* Sofrer uma peça - dançar.
Passar o pito - repreender.