"UTILIDADE sem NECESSIDADE"

O princípio da Utilidade / Necessidade, tão caro, para justificar a propositura de uma ação judicial, bem que poderia, nos dias correntes, ser adotado para nos deixar um pouco menos consumistas.

Adquirimos produtos duvidosamente úteis e, raramente, necessários.

Depois de adquiridos é que tentamos buscar a eles alguma utilidade, nem sempre realista: um elefante empalhado, depois de expirado o ímpeto consumista, conseguiremos, no máximo, utilizá-lo como reforço da porta da sala de estar...

Ilustro essa ideia (sem assento e sem noção), com o relato de um fato (não muito verídico) ocorido com um colega, recém introduzido no mundo cibernético (depois de abandonar sua "máquina de escrever"), para substituir seu aparelho de telefone celular (que ainda era do tipo à manivela).

Ele adquiriu um: último modelo, caríssimo... e, dias depois de exaustivas tentativas de "ligar" o aparelho, me convocou para ajudá-lo.

Horas depois, conseguimos fazê-lo funcionar e, em busca do "quê a mais" que o tornava tão distintamente caro, reservei longo tempo e cadeira confortável para ler o "manuel".

No septuagésimo nono dia, finalmente, lendo uma...

- notinha de rodapé,

- do anexo XXXVIII,

- no Capítulo 78.45.19.14.11.9.8.7.6.5.4.3.2.1.1.1.121.z,

- do aditivo,

- da errata,

- do Manual do Idiota (onde uma figura mostra como voce deve fazer para... virar cada página), digo, do usuário, "descobrimos" que a razão de o preço ser tão caro, é a capacidade singular (e utilíssima) do aparelho conseguir identificar ("com margem de erro de dois para mais ou de dois para menos) o dia exato do início e do fim...

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da menstruação de meu dileto amigO.

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 30/07/2010
Reeditado em 12/05/2013
Código do texto: T2409147
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